Opinião
Os números oficiais de contaminados e de óbitos
no Brasil devido ao coronavírus continuam crescendo, apesar de serem assumidamente
subnotificados. Não consta que haja estimativas oficiais sobre os números reais
que pudesse aumentar o nível de esclarecimento da população.
Nesta
semana passou a circular na web, sempre informalmente, um estudo realizado na universidade de
Singapura que é um exercício de predição da evolução da pandemia em vários
países do mundo, incluindo o Brasil. O
estudo utiliza modelos típicos de evolução de pandemias ajustados conforme as
informações sobre os casos em cada país.
O estudo é bem
claro ao apontar um monte de ressalvas e alertas que as curvas de estimativas estão
sendo atualizadas diariamente e que não devem ser tratadas como um processo
determinístico.
No caso do
Brasil, não sabemos se a distribuição das subnotificações está sendo a mesma
dos registros oficiais - pelas
dificuldades de realização dos testes, os dados são acumulados e notificados em
pacotes o que dificulta o acompanhamento diário e distorce a interpretação de
tendências – esse fato aumenta a incerteza nas predições. Se a distribuição dos
casos reais for a mesma dos casos notificados, então as expectativas se
aplicam.
Não sei
explicar por quais razões, mas as expectativas
que estão sendo divulgadas, inclusive por algumas autoridades, coincidem
com as informações dos estudos de
Singapura e apontam para dois pontos importantíssimos:
- Estaríamos passando pelo pico
das contaminações em torno da primeira semana de maio de 2020.
- Essa época marcaria, então, a
reversão da tendência de aumento e entraríamos num período de redução
progressiva da quantidade de casos.
Tudo isso,
naturalmente com as já citadas observações sobre a incerteza. Dependendo de
vários fatores poderemos estar num chamado ponto de inflexão (mudança de
direção) e essa merda dessa contaminação desandar levando-nos todos para um
buraco sem saída. Tomara que não!
Nossa
certeza é que com ou sem o acerto das predições, o nosso sistema de saúde que
já se caracteriza por uma grande precariedade, está no limite de leitos em UTI em várias cidades e os profissionais de saúde
já estão vivenciando dramas das escolhas de Sofia. E se não estamos já em uma
situação de caos total, sem duvida é porque com todas as deficiências
e fragilidades boa parte da sociedade tem atendido à
orientação do isolamento.
A
propósito, vale resgatar que a divulgação
da situação internacional tem sido contribuição fundamental para a resposta da sociedade ao isolamento. Também é fundamental o registro dessa experiência
como exemplo da importância da liberdade de expressão, da divulgação e do acesso
às informações. Acho até uma observação vergonhosa, mas esse registro é importante num
momento em que afloram manifestações fascistas clamando por retorno à ditadura
militar - o que significa o retorno de suas práticas, entre elas, a censura - e o governo eleito reverência assassinos e torturadores dessa aclamada
ditadura.
Nada
podemos afirmar ainda sobre as tais predições. Estamos vendo que a situação é
estarrecedora em muitos lugares, e deveríamos estar cabreiros e cuidadosos. Porque
não há nada que esperar do grupo incompetente que se aglutina em um governo com
atributos de genocida. Milícias, estupro, morte, violência, descaso essas são
as palavras chaves desse governo.
Na noite de ontem, dia 28/4, o ex-capitão boquirroto foi interpelado por repórteres sobre o aumento
de casos de mortes que na último contagem do dia foi de 474 óbitos. Pergunta em público, ao
vivo, na presença de diversos repórteres. O Bozo respondeu com uma piada. Como
esperar que dessa figura medíocre algum compromisso social? Não tinha, não tem
e não terá.
Os
profissionais do sistema de saúde – e de outras áreas – não devem ser
confundidos com essa corja. Os testemunhos que vêm de todos os cantos do país é
que eles estão dando o melhor de si. As soluções aplicadas, os planos
possíveis, as ações táticas e os melhores rendimentos têm saído e sairão das
iniciativas desses profissionais que representam o nosso serviço público e que
atuam independentemente dessa cúpula putrefata que boia sobre a densa camada de
verdadeiros trabalhadores.
Essa cúpula
precisa ser curetada, raspada e jogada em local para que se decomponha em
composto de esterco, quem sabe, um dia, prestem para alguma coisa. Mas, não nos
basta que façam arranjos e trocas. As substituições por membros da mesma laia
não alteram as políticas. Eles precisam ser retirados pela sociedade como sinal
de repúdio a tudo que representam, num esboço de movimento de transformação.
Fora todos!.
When Will
COVID-19 End? Data-Driven Prediction - Jianxi Luo
Data-Driven Innovation Lab (http://ddi.sutd.edu.sg)
Singapore University of Technology and Design
(http://www.sutd.edu.sg)
Updated at 2 AM, April 29, 2029
Brazil - End 97% around June 6, 100%
around September 6
Vídeo com notícia sobre a resposta do Bozo sobre o aumento do número de mortos - Capturado em 29/04/2020 em <
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/e-dai-lamento-quer-que-eu-faca-o-que-diz-bolsonaro-sobre-mortes-por-coronavirus-no-brasil.ghtml>
Vídeo com notícia sobre a resposta do Bozo sobre o aumento do número de mortos - Capturado em 29/04/2020 em <
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/e-dai-lamento-quer-que-eu-faca-o-que-diz-bolsonaro-sobre-mortes-por-coronavirus-no-brasil.ghtml>
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