quarta-feira, 22 de abril de 2020

A vida em tempos de coronavírus (34)


Opinião


Sendo múltipla a natureza humana, sujeitos diversos originaram situações diversas e algumas impactaram quase toda a humanidade. Um desses caras  foi  Vladimir Ilyich Ulianov, cujo pseudônimo era  Lenin, nascido em 22 de abril de 1870 numa cidade da Rússia então chamada  Simbirsk e que hoje tem o nome de Ulianovsk em sua homenagem. Hoje fazem 150 anos do seu nascimento.

Lenin foi  o principal dos líderes de uma revolução que transformou o mundo. Não apenas o cotidiano dos seus pares, mas que apontou para a humanidade a possibilidade real de uma alternativa de organização social sem a exploração do homem  pelo homem. Uma alternativa ao capitalismo.

A comunhão de ideais, além de admiração pelo empenho e dedicação desse militante extraordinário permite a muitos – entre os quais me incluo – referir-se a ele como “companheiro Lenin”.

Os ideais de uma sociedade melhor para todos os seres indistintamente não saíram da  cabeça do companheiro Lenin. Pensar assim é uma ignorância infantil. Germinaram com o próprio desenvolvimento humano, tiveram versões e interpretações. Em alguns momentos foram sacralizados. Geraram lutas e revoluções. Em sua defesa muitos sacrifícios foram realizados. Essa é a história da humanidade.

Mas, no século XIX, na linha de encontrar caminhos para uma sociedade melhor, na linha de transformar a realidade em que estavam inseridos, dois militantes especiais buscaram desvendar os obstáculos que efetivamente barravam as possibilidades de avanços na conquista desse sonho. E foi numa  parceria fenomenal que Friedrich Engels  e Karl Marx participaram ativamente dos movimentos políticos e se debruçaram para estudar os mecanismos de organização social de sua própria época,

Nesse esforço, Karl Marx, o gigante entre os gigantes, desvelou os meandros do emergente modo de produção na sociedade inglesa de então - o capitalismo – registrando-os em uma obra até hoje incontestável, Marx dissecou em detalhes o capitalismo, sua natureza e sua incompatibilidade com a ideia de uma sociedade solidária. Apontou suas potenciais direções de desenvolvimento  e deixou as pistas para que outros prosseguissem com sua obra.

No rastro das elaborações de Marx, e inconformado com as condições de miséria e de exploração da população  na sociedade em que vivia, o companheiro Lenin liderou movimentos sociais que levaram à revolução russa em 1917  e a formação da  União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922.

A revolução liderada por Lenin estabeleceu outra perspectiva de visão do mundo. Foi feita com um apelo aos trabalhadores para que se unissem e a replicassem em todas as partes do mundo. Não foi por outro motivo que o mundo capitalista de então se virou contra aquele movimento.  

Além de duríssimas sanções econômicas impostas ao governo revolucionário, no intervalo de 1918 até 1920 os países capitalistas lançaram-se numa campanha de agressão às fronteiras soviéticas que reuniu: França, Inglaterra, Japão, EUA, Polônia, Grécia, Canadá numa mobilização militar cujas estimativas chegam a cerca de 180.000 homens.

A agressão terminou na medida em que a URSS abriu mão da proposta de internacionalização da revolução e também do cagaço das potências agressoras que os seus soldados fossem cooptados pelo ideal revolucionário que levou os trabalhadores a tomarem o poder no antigo império russo.

Mas, aqui não é e nem seria o local adequado para se saber sobre a história da revolução socialista de 1917. Hoje há uma quantidade enorme de fontes de informações disponíveis a qualquer um que tiver interesse e se dedicar ao assunto. Aqui o enfoque é celebrar a lembrança do companheiro Lenin. Não como um super homem, um super humano ou, um deus, mas como um militante ativo e excepcional que dedicou a sua vida a um projeto para o benefício coletivo. Infelizmente o companheiro Lenin morreu ainda nos primeiros anos da revolução que liderou (1924), e a sua morte foi determinante no rumo dos acontecimentos. O seu exemplo ficou.

Refletir sobre as suas lutas é importante num momento em que a pandemia do coronavírus está provocando expectativas de que a realidade se transformará por si própria ou como efeito colateral da contaminação. Uma expectativa de que sairemos “melhores” dessa pandemia. Ledo engano.

O sistema capitalista está ai, tão vivo quanto nunca. Querendo jogar os trabalhadores na fogueira viral e queimá-los como combustível. Basta ver os jornais. Aqui no Brasil e em todo o mundo capitalista as medidas que estão sendo tomadas visam tão somente recuperar o movimento do sistema que foi abalado. Mudar isso não será simples. Mas, é possível. O companheiro Lenin apontou a direção. Chegar lá é tarefa nossa.


#####

Nenhum comentário:

Postar um comentário