Leituras para distrair
Muita
gente, talvez todos das minhas relações e da minha geração, deve ter ouvido alguma
informação sobre o Blade Runner – o Caçador de Androides. Um filme da
década de 80 e que deu origem à uma sequência intitulada Blade Runner 2049
lançada no ano 2017.
Há muitas
controvérsias sobre o filme, mas o fato é que ele se tornou um clássico da ficção
científica, e mesmo aqueles da minha geração que não tiveram ligação com o
filme lembrarão da música tema da trilha sonora – um sucesso em nossos tempos
da autoria do compositor Vangelis (buscar na web).
Blade
Runner é uma história linda (a meu juízo). Trata de um futuro distópico (curioso
é que o futuro é o ano de 2019) onde a maioria da população terrestre é obrigada
a migrar para outro planeta, para onde também são transportados androides.
Os
androides eram robôs com aspectos físicos indistinguíveis dos aspectos humanos,
mas com potencialidades físicas superiores e eram destinados a realizar as
tarefas escrotas, liberando o ser humano de fazê-las. Eram projetados para uma
vida limitada, curta, e sempre substituídos por versões mais atuais e
aprimoradas.
Na Terra,
só fica uma ralé de considerados incapazes, proibidos de migrar, além de supermilionários que tinham o interesse em
ficar no planeta. Desenvolve-se, então, mundos paralelos. Um literalmente superior
onde as pessoas se deslocam por máquinas voadoras entre pontos localizados em arranhas-céus,
e um mundo inferior habitado pelos que não puderam emigrar para o planeta distante:
Marte.
Aos androides,
chamados de replicantes, era proibida a vida na Terra. Só poderiam existir no
local para onde foram projetados. Porém, alguns arrumavam um jeito de fugir
para a Terra onde havia uma polícia especial (Esquadrão da Morte) para
caçá-los. Quando encontrados, os replicantes eram “aposentados”, um termo metafórico para a eliminação das
figuras.
A história
do Blade Runner (primeira filmagem) se desenvolve em torno de um caçador de
androides e de um grupo especial de androides que voltou à Terra buscando pelo
seu “pai”, o sujeito que inventou os replicantes e que, naturalmente, era um
arquimilionário dono da maior empresa de tecnologia de robôs.
Os
replicantes questionavam tanto sobre a brevidade de suas vidas como o fato de
não poderem ser como os humanos, Os
replicantes não tinham empatia, não conseguiam se identificar com os
sentimentos de uma outra pessoa. Aliás, essa característica era a chave para
identificá-los quando eram submetidos a interrogatórios. Mas, também era um
critério contraditório na medida em que a própria sociedade estava se
transformando em uma sociedade não empática. Qual a diferença, afinal? Paro por
aqui, não deixem de ver o filme, versão original.
Ufa! Finalmente,
cheguei onde queria.
O filme
Blade Runner é uma adaptação de um livro originalmente chamado "Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?” do autor Philip K. Dik – Editora Aleph – São Paulo-SP que, mais tarde, devido ao sucesso do filme, assumiu
o subtítulo Blade Runner.
O filme
baseia-se no livro, mas não é o livro. São duas peças de arte, ambas
admiráveis. Porém, no livro, o autor refere-se a um objeto que não é valorizado
no filme: o Sintetizador de Ânimos.
Em sua
rotina caseira, o caçador de androides (no filme ele é solteiro) e sua esposa
dispõem de um aparelho chamado Sintetizador de Ânimos através do qual podem
sintonizar (canais) e programar (liga/desliga) o ânimo que assumirão pelo tempo
programado. Por exemplo, o ânimo que acordarão e, ao longo do dia.
Em uma
discussão (no livro), a mulher do caçador de androides ameaça sintonizar em um
canal mais agressivo. Há também a opção de sintonia em um canal de “depressão”.
Os casais podem sintonizar em canais comuns ou distintos.
Existem
funções ou canais, tais como: “atitude
profissional”; “depressão autoacusatória de seis horas”; “criativa e vigorosaa
atitude em relação ao trabalho”; “agradecido
reconhecimento da sabedoria superior do marido sobre todas as coisas”; “orgasmo”,
além de outras para quem tiver curiosidade de ler o livro.
Claro que
em decorrência dos tempos, busquei em minha estante meus Blade Runner. Imaginei e resolvi compartilhar a pergunta:
Se você dispusesse
de um Sintetizador de Ânimos, em qual canal você sintonizaria?
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