Leituras para distrair
Prótons, elétrons e nêutrons não chegam a ser palavras
estranhas para quem teve a oportunidade de cursar os primeiros anos colegiais,
mesmo que não saibamos dissertar sobre o significado delas. Exigindo um
pouquinho da memória lembraremos que assim estudamos a constituição do átomo: um
núcleo formado por partículas denominadas prótons e nêutrons e circundado por
partículas chamadas elétrons. Eram as partículas elementares, as menores porções
conhecidas da matéria e supostas indivisíveis.
Hoje, a visão que se tem sobre o a constituição da
matéria é mais complexa. Prótons e nêutrons são formados por quarks. É a combinação
de tipos quarks que determina se o grupo formado será chamado de próton ou de nêutron.
Os prótons e os nêutrons compartilham propriedades com outras partículas menos
famosas e todas são chamadas de hádrons. Os elétrons, por sua vez, pertencem a outro
grupo de partículas que são chamadas de léptons. Glúons, mésons, píons, bósons
e outros, abre-se aí um mundo estranhíssimo de nomes e de partículas que estão
distantes da nossa realidade. Um mundo muito, mas muito pequenino, onde as
distâncias obedecem a outras escalas. Um centímetro - 0,01 metros - é a
distância de um beijo e dá título ao sucesso sertanejo universitário da dupla Jorge
& Matheus. Pois bem, no mundo subatômico as distâncias têm valores que,
medidos em metros, exigem 18 zeros entre a vírgula e o um (0, ...1), tomando-se
como referência a expressão poética da dupla citada.
Os pesquisadores desenvolveram métodos para estudar
esse mundo de tamanho infinitesimal. Um deles é fazer com que feixes de partículas
sejam deslocados aceleradamente, até velocidades altíssimas, próximas à
velocidade da luz, e colidirem com outros feixes idênticos que se deslocam em
sentido oposto. O choque desvia parte das partículas, destrói outras, forma
novas partículas, libera energia, e a observação e análise desses rastros do choque permitem
tanto ampliar o conhecimento como formular novas hipóteses sobre a constituição
da matéria.
O LHC (Large Hadron Collider) é uma máquina/laboratório
construído para provocar essas colisões e fornecer elementos para estudos. Foi
construído pelo CERN (Conseil
Européen pour la Recherche Nucléaire) um laboratório e centro de estudos, resultado da associação
de mais de 20 países, onde se desenvolvem diversos projetos de
pesquisas, muitas conduzidas por consórcios internacionais. A máquina é um túnel
circular de 27 km de
perímetro construído a 175 metros de profundidade, na fronteira França – Suíça,
próximo à cidade de Genebra. As
experiências, em si, são os choques. Os conhecimentos vêm da análise posterior
sobre os dados dos rastros. Diversos brasileiros, especialmente de laboratórios
universitários, participam de projetos de pesquisas que utilizam o LHC.
Existe muito material
na web sobre o CERN. A própria web nasceu da troca de informações entre os
pesquisadores do CERN. Uma dica que conheço de leitura consistente e não
dirigida para especialistas é o livro“ BATENDO À PORTA DO CÉU – O bóson de
Higgs e como a física moderna ilumina o universo” – RANDALL, Lisa – Cia. das
Letras. A autora é uma física teórica com veia jornalística, esse atributo valioso
que permite a quem o tem construir atalhos de informações sobre o mundo dos especialistas
para o nosso cotidiano social. Mas, a
intenção aqui é divulgar um link abaixo que pertence ao material de um programa específico
para professores de física, uma das atividades desenvolvidas pelo CERN. Muito
legal, vale assistir. O vídeo tem legendas em português, mas esta facilidade precisa ser ativada no celular ou no micro.
Por obrigação de crédito também tem o link da dupla musical citada que trata de um drama existencial (balada ou parque). De repente, alguém gosta.
Por obrigação de crédito também tem o link da dupla musical citada que trata de um drama existencial (balada ou parque). De repente, alguém gosta.
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