quarta-feira, 26 de abril de 2017

Knockin' on Heaven's Door (Bob Dylan)


Leituras para distrair


Prótons, elétrons e nêutrons não chegam a ser palavras estranhas para quem teve a oportunidade de cursar os primeiros anos colegiais, mesmo que não saibamos dissertar sobre o significado delas. Exigindo um pouquinho da memória lembraremos que assim estudamos a constituição do átomo: um núcleo formado por partículas denominadas prótons e nêutrons e circundado por partículas chamadas elétrons. Eram as partículas elementares, as menores porções conhecidas da matéria e supostas indivisíveis.

Hoje, a visão que se tem sobre o a constituição da matéria é mais complexa. Prótons e nêutrons são formados por quarks. É a combinação de tipos quarks que determina se o grupo formado será chamado de próton ou de nêutron. Os prótons e os nêutrons compartilham propriedades com outras partículas menos famosas e todas são chamadas de hádrons. Os elétrons, por sua vez, pertencem a outro grupo de partículas que são chamadas de léptons. Glúons, mésons, píons, bósons e outros, abre-se aí um mundo estranhíssimo de nomes e de partículas que estão distantes da nossa realidade. Um mundo muito, mas muito pequenino, onde as distâncias obedecem a outras escalas. Um centímetro - 0,01 metros - é a distância de um beijo e dá título ao sucesso sertanejo universitário da dupla Jorge & Matheus. Pois bem, no mundo subatômico as distâncias têm valores que, medidos em metros, exigem 18 zeros entre a vírgula e o um (0, ...1), tomando-se como referência a expressão poética da dupla citada.

Os pesquisadores desenvolveram métodos para estudar esse mundo de tamanho infinitesimal. Um deles é fazer com que feixes de partículas sejam deslocados aceleradamente, até velocidades altíssimas, próximas à velocidade da luz, e colidirem com outros feixes idênticos que se deslocam em sentido oposto. O choque desvia parte das partículas, destrói outras, forma novas partículas, libera energia, e a observação e análise desses rastros do choque permitem tanto ampliar o conhecimento como formular novas hipóteses sobre a constituição da matéria.

O LHC (Large Hadron Collider) é uma máquina/laboratório construído para provocar essas colisões e fornecer elementos para estudos. Foi construído pelo CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) um laboratório e centro de estudos, resultado da associação de mais de 20 países, onde se desenvolvem diversos projetos de pesquisas, muitas conduzidas por consórcios internacionais. A máquina é um túnel circular de 27 km de perímetro construído a 175 metros de profundidade, na fronteira França – Suíça, próximo à cidade de Genebra.  As experiências, em si, são os choques. Os conhecimentos vêm da análise posterior sobre os dados dos rastros. Diversos brasileiros, especialmente de laboratórios universitários, participam de projetos de pesquisas que utilizam o LHC.

Existe muito material na web sobre o CERN. A própria web nasceu da troca de informações entre os pesquisadores do CERN. Uma dica que conheço de leitura consistente e não dirigida para especialistas é o livro“ BATENDO À PORTA DO CÉU – O bóson de Higgs e como a física moderna ilumina o universo” – RANDALL, Lisa – Cia. das Letras. A autora é uma física teórica com veia jornalística, esse atributo valioso que permite a quem o tem construir atalhos de informações sobre o mundo dos especialistas para o nosso cotidiano social.  Mas, a intenção aqui é divulgar um link abaixo que pertence ao material de um programa específico para professores de física, uma das atividades desenvolvidas pelo CERN. Muito legal, vale assistir. O vídeo tem legendas em português, mas esta facilidade precisa ser ativada no celular ou no micro.

Por obrigação de crédito também tem o link da dupla musical citada que trata de um drama existencial (balada ou parque). De repente, alguém gosta.




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