Opinião
A história está dando uma
oportunidade única para a esquerda brasileira. Oportunidade com a qual nem
sonhamos. Infelizmente, não estamos sabendo o que fazer com ela.
Após o golpe contra Dilma (agosto
2016), a prisão de Lula (abril 2018) e a
eleição do Bozo (outubro 2018), o vazamento das tramoias do juiz de primeiro
piso e do moço do powerpoint divulgado pelo Intercept é um cavalo passando selado e pedindo para ser
montado. Bola quicando e pedindo para ser chutada.
Não bastasse isso, o capitão Bozo, acometido
de uma espécie de intoxicação de presunção e arrogância, manifesta uma
incontinência verbal que expõe sua palermice beócia sem a necessidade de
provocações e com uma transparência que nem o mais ingênuo sonhador esquerdista
acharia possível.
Ainda assim, a realidade é que não conseguimos
chutar a bola nem montar o cavalo. E se o fizéssemos, não saberíamos em que direção
enviar a primeira ou guiar o segundo.
Estamos tão imobilizados que, mesmo
com o capitão Bozo realizando ações tão absurdas que repercutem internacionalmente
e que são criticadas até na sua base de apoio político, sequer conseguimos mobilizar
contingentes significativos da população para responder aos ataques concretos e
imediatos aos nossos os direitos sociais.
Admitamos. Falta-nos capacitação
política para responder a esse momento.
Precisamos falar sobre isso, tratar
sem constrangimentos essa situação. Não nos adiantará a atitude de bobos
choramingões. Fazer muxoxos, um para o outro, buscando aconchegos, reclamando
das adversidades. Nem imaginar que mudaremos o quadro com mensagens no zap desqualificando
e ironizando o presidente bufão.
Na política não existem espaços
vazios – sabedoria popular. Não montamos
o cavalo nem chutamos a bola. Alguém certamente o fará. #####