quarta-feira, 31 de julho de 2019

Cavalo selado


Opinião


A história está dando uma oportunidade única para a esquerda brasileira. Oportunidade com a qual nem sonhamos. Infelizmente, não estamos sabendo o que fazer com ela.

Após o golpe contra Dilma (agosto 2016), a  prisão de Lula (abril 2018) e a eleição do Bozo (outubro 2018), o vazamento das tramoias do juiz de primeiro piso e do moço do powerpoint divulgado pelo Intercept  é um cavalo passando selado e pedindo para ser montado. Bola quicando e pedindo para ser chutada.

Não bastasse isso, o capitão Bozo, acometido de uma espécie de intoxicação de presunção e arrogância, manifesta uma incontinência verbal que expõe sua palermice beócia sem a necessidade de provocações e com uma transparência que nem o mais ingênuo sonhador esquerdista acharia possível.

Ainda assim, a realidade é que não conseguimos chutar a bola nem montar o cavalo. E se o fizéssemos, não saberíamos em que direção enviar a primeira ou guiar o segundo.

Estamos tão imobilizados que, mesmo com o capitão Bozo realizando ações tão absurdas que repercutem internacionalmente e que são criticadas até na sua base de apoio político, sequer conseguimos mobilizar contingentes significativos da população para responder aos ataques concretos e imediatos aos nossos os direitos sociais.

Admitamos. Falta-nos capacitação política para responder a esse momento.

Precisamos falar sobre isso, tratar sem constrangimentos essa situação. Não nos adiantará a atitude de bobos choramingões. Fazer muxoxos, um para o outro, buscando aconchegos, reclamando das adversidades. Nem imaginar que mudaremos o quadro com mensagens no zap desqualificando e ironizando o presidente bufão.

Na política não existem espaços vazios – sabedoria popular.  Não montamos o cavalo nem chutamos a bola. Alguém certamente o fará.   #####