Opinião
(Rio, 08/10/2023) - Podemos estar no limiar de uma enorme
tragédia. O genocídio da população de Gaza por um proto-fascismo israelense.
Netanyahu conseguiu um grande tento,
uma justificativa para a sua guerra étnica. A propaganda israelense
provavelmente invadirá as mídias populares no Brasil, mas a realidade
permanecerá.
Gaza é um enorme campo de concentração
mantido pelo poder israelense e, agora, na iminência de se tornar um campo de
extermínio. Tomara que eu esteja errado.
Conversas com 3 amigos
[11:43, 08/10/2023] – Amigo 1
Olá Santos. Vc está certo
sobre o que é Gaza. Dá muita raiva ver a cobertura da mídia brasileira e
internacional. E a posição dos governos americano e europeus. E
também do governo brasileiro. O cinismo de dizer que não se pode atacar civis,
quando Israel não faz outra coisa há mais de 70 anos.
Netanyahu vai fazer uma guerra de
extermínio. Mas há uma questão nova: pela primeira vez os combatentes
palestinos de Gaza conseguiram romper o muro, entrar em cidades e tomá-las e
fazendo reféns israelenses. Esse fato é uma derrota para Israel e expressa o
fato de que a moral do exército de Israel está mais baixa do que se esperava.
[11:54, 08/10/2023] jorgedesouzasantos:
Estou entre aqueles que pensam sobre
qual o propósito estratégico do Hamas com esse ataque. Não sei avaliar nem
consigo especular.
[12:01, 08/10/2023] – Amigo 1:
Na verdade, acho que o Hamas segurou o
mais que pôde a raiva dos habitantes de Gaza. Mas o que pode ter levado a essa
incursão são os acordos em marcha entre países árabes e muçulmanos para reatar
relações e normalizar o status quo de Israel e da limpeza étnica com a
manutenção do campo de concentração de Gaza. Arabia Saudita está em tratativas
para fazer um acordo. Alguns estados do Golfo já fizeram. Isso significaria
cirtae (*?*) ainda mais os apoios que o Hamas ainda tem.
[08:12, 08/10/2023] – Amigo 2:
Foi o que me veio à cabeça ao ver a
notícia. O massacre da Faixa de Gaza.
O Jornal Nacional foi uma vergonha. O
assunto dominou o tempo todo com a visão de Israel e de sionistas. Foram várias
reportagens em Tel-Aviv, Londres, Brasil, etc. Depoimentos de brasileiros
residentes em Israel (judeus, claro), inclusive um personagem ferido.
Mostrou com detalhes um prédio em
Israel atingido, com marcas de queimado e depoimento.
Várias vezes apareceu um prédio grande
sendo destruído totalmente, cena de demolição, sem qualquer comentário, sequer
informando onde era. Apenas na última reportagem foi dito que era em Gaza e que
a destruição foi represália.
No final, teve um rápido depoimento de
um palestino brasileiro. A última reportagem foi a única não tão tendenciosa.
Eu me pergunto quais foram o objetivo e
a estratégia do ataque?
Entendo que o contexto é ruim para os
palestinos. Mas a ação me parece suicida. É certo que vai haver represália em
grau máximo. O que será conquistado pelo Hamas? Maior apoio entre os
sobreviventes?
As forças de defesa de Israel vão sair
chamuscadas desse episódio .
Falharam muito em não prever nem
neutralizar de imediato. É o maior gasto per capita, vivem se jactando de ter
alta tecnologia (e têm mesmo, mas ...). E o massacre que deve vir vai ter cores
nazistas. Mais do que já tem.
[00:37, 08/10/2023] – Amigo 3:
Caro Jorge, discordo em todos sentidos.
Sempre fui a favor de duas pátrias, mas
os palestinos nunca as quiseram.
Depois de ontem, não mais!
Se houver qualquer revanchismo, aquilo
que vc chama de extermínio, ele se deverá unicamente aos que se comportaram a
vida toda como terroristas.
Para melhor conhecer os meandros dessa
guerra sem fim e aumentar o seu vasto e bom conhecimento, aconselho
assistir o filme Golda, hoje ainda em cartaz.
Nunca a frase dela abaixo foi mais
atual. (“ _Se os palestinos baixarem as armas, haverá paz. Se os israelenses
baixarem as armas não haverá mais Israel_ “)
[11:50, 08/10/2023] jorgedesouzasantos:
Oi amigão,
Não vejo a vida em duas cores,
felizmente. Tento compreender a complexidade e as nuances das situações e
relações sociais. Não tenho a presunção de imaginar a agonia da moçada que está
nesse momento recebendo bombas na cabeça, mas penso nela. Assim como não deixo
de pensar no inferno da vida da galera que vive sufocada pelo estado de
Israel na região que os interesses de corporações capitalistas
chamaram de Palestina. Podemos elaborar interpretações dos fatos históricos,
mas os fatos estão aí, inquestionáveis.
Uma onda fascista se alastra pelo
mundo, esse é um fenômeno do nosso século, e em algumas partes desse mundo ela
entra em fase com situações vigentes. Reforça-se. É o caso, infelizmente, da
situação em Israel, Netanyahu e asseclas, levados ao poder por escolhas
eleitorais. Sabemos o que é isso.
Este cenário e os fatos históricos é
que me trazem a expectativa da tragédia. A tentativa de limpeza étnica
praticada por sucessivas lideranças israelenses é um dado da realidade, ao
mesmo tempo em que uma população inteira foi deixada ao “deusdará” pelas grandes
principais forças políticas internacionais. No mais, embora eu não endosse
práticas e eventos, o que vemos é a galera palestina tentando resistir. Não
justifico. Uma única vida não justificaria tudo que tem ocorrido e que temos
assistido.
Estou entre aqueles que perguntam qual
terá sido o objetivo dos ataques do Hamas, e também entre aqueles que veem nos
fatos uma oportunidade para Netanyahu justificar e levar adiante sua guerra
étnica. Gaza tem chances enormes de se tornar um campo de extermínio. Triste!
Reitero o que disse antes, tomara que eu esteja errado. Abraços. ###
[12:22, 08/10/2023] – Amigo 3:
É importante lembrar que Gaza, assim
como toda a península do Sinai, essa em passado mais distante, estavam ocupadas
(ganhas como resultado de uma guerra ) por Israel e depois foram devolvidas aos
egípcios e palestinos com a intensão de haver uma paz permanente na região.
Nada disso deu certo e mesmo com esses
territórios serem ganhos em guerras da qual Israel foi provocada e não a
iniciou.
Essa ideia fixa dos palestinos do Hamas
de exterminar Israel e recusar-se a negociar a paz entre eles só levará mesmo a
uma grande catástrofe de ambos os lados, sendo que os maiores prejudicados
serão aqueles de menor poderio bélico, infelizmente.
Essa ideia de extermínio, expressão que
só é empregada de um lado e claramente proclamada pelos terroristas que Israel
não não deve existir.
Matar a sangue frio mais de 200
pessoas, em sua maioria estrangeiros que participavam de uma festa rave no sul
de Israel, bem demonstra de que lado vem a intenção de extermínio. Por isso
deve-se usar essa expressão com parcimônia e com um melhor conhecimento da
situação.
Por que será que dos 7 países árabes no
entorno de Israel nenhum deles aceita fornecer um mm de seu território aos
palestinos?
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