Leituras para distrair
Num futuro imaginário, um cientista concebe e monta uma fábrica
de produção de androides tão sofisticados que chegaram à possibilidade de desenvolver
emoções. Os androides, chamados de Replicantes, são vistos como uma ameaça para
os seres humanos e passam a ser produzidos com uma vida útil limitada a poucos
anos, até que a sua produção é totalmente interrompida. Algumas das unidades
existentes são enviadas para o espaço em missões sem retorno, e as demais
unidades são caçadas e eliminadas por uma força policial especial chamada de
Blade Runners.
Um grupo de replicantes daqueles enviados ao espaço se dá
conta da sua situação, toma de assalto a nave em que estavam e retornam à Terra
em busca do seu criador. Não se conformam com a vida efêmera recebida e exigem
do seu “pai” uma solução para o aumento da sua longevidade. Na Terra eles são caçados
e desenvolve-se um drama envolvendo um blade runner, uma replicante, o líder
dos replicantes amotinados e o criador dos androides. O tema dramático é a “existência”,
a “vontade de viver”, e o roteiro sugere interessantes reflexões e motivos para
conversas.
O futuro imaginário do filme é o ano 2019 e sugere uma Terra controlada por corporações e habitada por uma sociedade estratificada em uma camada urbana completamente degradada e uma elite que
vive, em outra camada, literalmente superior. Um mundo triste de atmosfera social
densa e asfixiante, tanto que a versão original foi suavizada para se tornar
comercial e levada as telas. Mas, a
versão do diretor - cuja cópia guardo com carinho - divulgada mais tarde se
transformou em um clássico e, para tanto, contribuiu excepcionalmente a beleza
e a aderência ao tema da trilha sonora do grego Vangelis. O solo de sax do tema
de amor do filme Blade Runner é reconhecido logo nas primeiras notas e já teve
uma quantidade enorme de distintas interpretações, cada uma mais bonita que a
outra. Parece que ficará entre aquelas trilhas sonoras imortais do cinema. E a
trilha sonora de apresentação dos títulos finais se transformou em um marco das
possibilidades da música eletrônica – difícil alguém da minha geração que não a
reconheça, mesmo que não relacione ao filme. Inclui no final desse texto os
links para as citadas trilhas sonoras.
Gosto de ver filmes, embora não embora não goste mais de
ir ao cinema. Para mim o ritual da espera é um saco, e pipoca com manteiga uma
mistura fedorenta. Acho uma merda essa coisa de não poder entrar na sala de
projeções a qualquer hora e ter que abandoná-la ao final da exibição. Bom mesmo
era passar pelo cinema e, se fosse o caso, entrar e assistir o filme desejado, a
qualquer hora, com o direito a esperar a próxima sessão para ver o pedacinho
que faltou. Mas, há cinemas e há filmes, e entre os filmes há Blade Runner,
essa magnífica ficção científica que me conquistou nos anos 80 e que neste mês, outubro de
2017, retorna com o lançamento no Brasil de “Blade Runner 2049”, versão 3D e outras
modernidades. Uma espécie de Blade Runner II que estou tentado a ir ver, caso
eu vença a minha indisposição de ir ao cinema. De qualquer modo assistirei, e tomara
que seja bom, no mínimo à altura do primeiro, uma beleza que recomendo.
Blade Runner – Tema de amor - <https://www.youtube.com/watch?v=kXB_tzmrNjA>
- Acesso em 24/10/2017.
Blade Runner – Creditos finais - <https://www.youtube.com/watch?v=Vs6zXpTz2hk>
- Acesso em 24/10/2017.
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