Leituras para distrair
Li no jornal Tele.síntese, uma ótima publicação especializada em telecomunicações, uma matéria publicada em 24/06/2014 com o título:
Para mim foi apenas uma curiosidade, mas como vivemos uma fase de imersão total nas novidades tecnológicas de
comunicações, mesmo sem autorização para tal, divulguei o link da matéria supondo que haveriam outros interessados em
sua leitura.
Após a leitura, pensando em amigos que teriam interesse na
mesma, resolvi fazer alguns registros
na tentativa de acrescentar informações sobre a palavra
“byte” o verbete principal da matéria. Adianto, porém, que considero os meus registros ainda menos
importantes que a matéria em pauta e que passaríamos todos muito bem sem ambos.
De qualquer forma, seguem os registros.
Com quantos bytes se faz uma Copa?
No dia-a-dia trocamos informações através da fala, através de
sinais, de imagens e através da escrita. No caso da escrita, usamos o alfabeto
latino que contém 26 letras. As letras são símbolos que combinamos formando
palavras e mensagens usando as regras do nosso idioma, e com as quais tentamos
representar as nossas ideias, os nossos pensamentos. Um receptor que conheça as
regras que utilizamos conseguirá captar e ler as mensagens que transmitimos. As
palavras do nosso idioma não são limitadas em quantidade de letras e podem ter
tamanhos diversos, assim como podem ter letras repetidas na sua formação.
Na comunicação e no processamento eletrônico de mensagens,
genericamente chamadas de “dados”, as máquinas conversam entre si também
formando palavras e mensagens e usando um alfabeto para tal. Porém, o alfabeto
que utilizam contém apenas dois símbolos, o símbolo “0” e o símbolo “1”.
Esses símbolos são as “letras” do alfabeto que as máquinas
utilizam para a comunicação e processamento de dados, e eles são chamados de
“bit”. Assim, as máquinas formam as palavras e as mensagens usando dois tipos
de bits: o bit “0” e o bit “1”.
Diferentemente da nossa escrita onde existem palavras com
quantidades diferentes de letras, nas linguagens para a comunicação e
processamento de dados o comprimento das palavras é padronizado, isto é, elas
sempre têm a mesma quantidade de símbolos ou de bits. O tamanho padrão
utilizado atualmente é de oito bits, e como só existem dois tipos de bits (zero
e um) naturalmente eles se repetem para compor uma palavra de oito bits.
A título de exemplo: na língua portuguesa a palavra ARARA tem o
comprimento de cinco símbolos ou letras, e usa apenas dois tipos de símbolos,
“A” e “R”, que se repetem na sua formação. Uma palavra “eletrônica”, não
importa o seu significado, pode ter a formação: 00101110. Trata-se de uma
palavra que tem o comprimento padrão de oito símbolos ou bits e, naturalmente,
usa os dois símbolos, zero e um, que se repetem na palavra.
Embora existam máquinas que trocam informações com palavras de
tamanhos diferentes, a palavra de oito bits é padronizada internacionalmente
nas comunicações e processamento de dados, e este padrão recebe o nome de
“byte”. Assim, byte significa uma palavra de oito bits, e no parágrafo anterior
o exemplo foi o byte “00101110”.
No seu funcionamento as máquinas emitem sequências de bytes, ou
seja, sequências de palavras de oito bits que obedecem a um conjunto de regras
de linguagem, que são chamadas de “protocolo”, para que o receptor, que também
conhece o protocolo, possa ler as mensagens.
Se monitorássemos uma sala com 10 pessoas, gravando tudo que
elas falassem ao longo de certo período, por exemplo, durante quatro horas, e
depois contássemos todas as palavras proferidas, sem preocupação com o
significado, repetições etc., se apenas contabilizássemos a quantidade de
palavras, teríamos uma medida da atividade de comunicação que ocorreu na sala.
E se as 10 pessoas conversassem, cada uma delas com uma média de 30 palavras a
cada 20 segundos, contabilizaríamos uma atividade de cerca de 216.000 palavras.
Se a gravação fosse impressa representando cada pessoa por uma
caixinha e assinalando para cada uma a mensagem que ela emitiu, um observador
que não conhecesse as regras da língua portuguesa veria apenas sequências de
letras do alfabeto sendo transmitidas de uma caixinha para a outra, enquanto
outro observador que nem conhecesse o alfabeto latino veria sequências
incompreensíveis de símbolos sendo trocadas entre as caixinhas.
No caso de máquinas trocando informações, se elas forem gravadas
e impressas, assim como no exemplo da sala de fofocas, um observador que não
tenha conhecimento do protocolo verá apenas sequências incompreensíveis de
zeros e de uns sendo trocadas entre as caixinhas. Uma caricatura de como seria
isto é aquele conjunto de símbolos do filme Matrix que corre na tela sem cessar
- muito divulgada para ser utilizada como proteção de tela de micro.
A matéria matéria em pauta diz
que foram registrados nos primeiros dez dias da Copa um tráfego, ou seja, uma
atividade de troca de mensagens de dados de 32
terabytes.
Um terabyte equivale a 1024 gigabytes, mas na linguagem comum
despreza-se os trocados e diz-se que equivale a 1000 gigabytes. O prefixo giga
significa “bilhão”, assim, um terabyte significa um trilhão de bytes, ou seja,
um numeral representado pelo algarismo um seguido de doze zeros: 1 000
000 000 000. Então a atividade registrada foi da ordem de 32 trilhões de
bytes (256 trilhões de bits).
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