quarta-feira, 29 de julho de 2020

O sol voltará a brilhar?


 Opinião


Quem conseguir acessar os links, busque saber sobre a situação da pandemia e da crise econômica na Índia que é dramática e apavorante,  muito similar à situação brasileira. Lá, um Bozo maluco determinou o lockdown e, depois, a abertura sem qualquer compromisso com a situação real e seus possíveis desdobramentos, tanto em uma decisão como em outra.

Embora por caminho distinto, mas direcionado por incompetência similar, no Brasil estamos no limiar de entrar no mesmo pântano de uma crise com miséria e fome, perseguidos por um merda de um predador orgânico que ataca e mata os mais fracos e incapazes.

Além do mais, há os predadores econômicos que fazem qualquer coisa para não interromper os seus ganhos. O  sindicato patronal das escolas privadas de Santa Catarina (SINEPE – SC) publicou um vídeo que me fez pesquisar se a origem era mesmo verdadeira. Achei que era fake, tal o absurdo do seu conteúdo e a raiva que despertou em mim.

O vídeo do SINEP tenta disfarçar a origem da publicação associando-a aos termos "escola" e "professores". Mas, não passa de uma propaganda patronal fazendo pressão para a retirada das restrições ao seu funcionamento. e ganhos. Felizmente tem recebido as merecidas porradas contestatórias das diversas representações dos professores e profissionais da área.

O fato é que quando a doença começou matando os ricos, era hora de se trancar. Agora, que a morte grassa entre os pobres:

"o sol pode voltar a brilhar" – “aprendemos a conviver com o vírus” - “sabemos lidar, tratar e nos proteger”.

Esse é o discurso desses assassinos no vídeo que divulgaram.

A canalha jagunça representante desses assassinos chegou ao poder eleita  num processo de esquizofrenia sociopolítica difícil de reverter. Afinal, essa é a democracia liberal. Aspas não resolverão o problema. A solução - vamos encontrá-la nas mobilizações e nas ruas.

Quem nunca conseguiu imaginar o significado real de barbárie tem agora um exemplo concreto. Estamos todos no limiar, embora ela já seja a realidade para alguns. Não é possível qualquer consideração com esses genocidas.

FORA CORONAVÍRUS – FORA BOZO – FORA MOURÃO!

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A dramática via da Índia na pandemia - Crise poderá afetar o desenvolvimento do país por anos - Por Amy Kazmin — Financial Times, de Nova Délhi. Conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://valor.globo.com/impresso/noticia/2020/07/29/a-dramatica-via-da-india-na-pandemia.ghtml- Acessado em 29/07/2020


Com todos os cuidados... Vamos voltar! – Publicação do SINEP – Acessado em 29/07/2020 no link <https://www.youtube.com/watch?time_continue=14&v=Hn5-aykhEYY&feature=emb_logo>

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Você é você?


Leituras para distrair


Atenção! Se você se interessar por ler esse texto, antes de iniciar faça uma careta para demonstrar que você é você e que não é uma máquina.

Durante a 2ª. Guerra Mundial, as forças aliadas conseguiram quebrar o código de mensagens criptografadas dos seus inimigos alemães. O maior êxito foi obtido por um grupo de especialistas trabalhando para o serviço de inteligência  inglês, coordenados pelo jovem cientista Alan Turing, um monstro da matemática e da lógica cuja memória ficou como sendo um dos pais da ciência de computação. O grupo inglês criou uma máquina que decifrava as mensagens em tempo hábil para a adoção de contra medidas aos ataques alemães, e há registros que os trabalhos de Turing contribuíram efetivamente para encurtar o período de guerra.

O comando britânico não querendo que o inimigo soubesse que suas mensagens estavam sendo decifradas, mesmo detendo a informação sobre todos os ataques e alvos, escolhia quais alvos seriam protegidos  e quais seriam deixados  a mercê dos ataques alemães. Na prática, decidia quem morreria e quem viveria. Por conta dessas controversas decisões, em nome do objetivo estratégico de ganhar a guerra, a participação (ou uso) de Turing e seu grupo na guerra foi mantida em segredo, só vindo a público muito tempo depois.

Após a guerra Turing seguiu trabalhando em suas especialidades, porém, por mais absurdo que se imagine, ele foi perseguido por seu próprio governo e apontado como criminoso por ser homossexual. Ele foi preso  e condenado, e a sua prisão só foi comutada em troca da concordância de ser punido com castração química para continuar trabalhando. Assim, o jovem e brilhante cientista que foi peça importantíssima na vitória contra o nazismo foi obrigado a tomar injeções hormonais. A castração química levou-o à deterioração física e mental, até o suicídio com ingestão de cianeto, em 1954.

Turing morreu com apenas 41 anos, assassinado por uma ordem social  escrota, onde o sexo homossexual foi considerado crime até 1967. Um pedido de desculpas do governo britânico só ocorreu em 2009, após uma campanha via internet, e o perdão real concedido pela rainha Elizabeth II só veio em  2013.

 Entre os tantos trabalhos de Turing, um clássico ficou conhecido como “Teste de Turing” ou “Jogo da Imitação”, título do primeiro parágrafo do seu trabalho. Nele Turing aborda a questão: “Máquinas podem pensar?”. E discorre sobre um conjunto de conceitos e abordagens para que alguém, tratando com um interlocutor, busque identificar se está tratando com um ser humano ou com uma máquina. A gênese da Inteligência Artificial.

Hoje em dia, ao fazer transações na internet, por procedimentos de segurança temos que repetir letrinhas confusas e quase invisíveis, devemos apontar se estamos vendo árvores ou outros objetos em certas imagens ou, simplesmente, levados a fazer um tique num quadradinho declarando que não somos um robô. O que ocorre, de fato, é que alguém ou algo está nos submetendo a um tipo de teste de Turing.

A maioria de nós nem sabe que, às vezes, ao responder a esses testes, podemos estar sendo usados como parte de uma enorme máquina virtual, e que quando identificamos umas letrinhas, sem saber, podemos estar trabalhando para a tradução de uma publicação antiga e que alguém está ganhando dinheiro com esse nosso trabalho involuntário. Assinalamos um pequeno tique num quadradinho sem saber que com tal gesto disparamos  processos que, à nossa revelia,  resgatam o histórico de todos os movimentos que fizemos através do teclado e com o mouse. Movimentos que geram conjuntos enormes de informações sobre nós a título de nos identificarem como um ser humano – ou não. 

Quem quiser saber mais sobre como essas coisas acontecem, eu sugiro assistir ao vídeo do link mais abaixo:  “Não sou um robô! A verdade sobre o reCAPTCHA”Garanto que vale assistir.


Mas, também convido a participar do time de admiradores de Alan Turing e a juntar forças na luta contra essa maré reacionária que vem tomando conta da sociedade brasileira e de outras pelo mundo. Alguns acham que se trata de uma fantasia ou bobagem. Faço lembrar que o perdão real concedido a Turing, condenado e punido como devasso numa sociedade hipócrita, só aconteceu com campanha popular, ainda assim, quase 60 anos após sua morte.  #####


NOTA

Não sou um robô! A verdade sobre o reCAPTCHA” – Link para o canal Integrando Conhecimento – Acessado em 21/07/2020 em:



Recorte do artigo original de Turing, disponível em - https://phil415.pbworks.com/f/TuringComputing.pdf - acessado em 22/07/2020

The Imitaion Game - título do primeiro parágrafo do artigo de Alan Turing, também foi o título de uma dramatização de sua biografia para o cinema, em 2014, sob a direção de Morten Tyldum.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

O Lado Sombrio da Força


Leituras para distrair


Eu fiz essas anotações ainda em 2018 quando li uma notícia e assisti um vídeo com depoimento de uma mãe negra sobre discriminação praticada por crianças em relação à sua filha. Eu ia publicar as anotações, mas desisti porque achei de muito baixo astral, e também porque poderia parecer estar surfando em ondas de um mar que eu mal conheço. Guardei as anotações.

Nos últimos meses, no embalo da divulgação dos conflitos nos EUA, a questão do racismo no Brasil ganhou algum foco, ainda que tenham sido apenas relances, permitindo a exposição e confronto entre mitos e realidades do racismo por nossas bandas. Hoje não me sinto mais capaz do que quando embotei meus comentários, mas até por isso, por não saber muito como contribuir, mudei a opinião e resgatei as observações para não deixar o assunto esquecido, uma tentativa de mínima colaboração no enfrentamento dessa doença social que é o racismo.

O vídeo (link ao final) bateu forte e me alertou, então achei que poderia ser um alerta para todos nós. Um alerta para evitarmos cair na armadilha de detalhes que passam despercebidos e que nos levam (não me excluo) a repetir e realimentar preconceitos e discriminações.

Em casa, em família, ensinamos e praticamos valores que são referências para os nossos pequerruchos, porém a prática da relação social se dá no ambiente externo, no mundo onde eles estão inseridos e posicionados por nós buscando o melhor para eles.

Além do mais, o nosso mundo atual não é mais aquele de gerações anteriores, onde a convivência se dava em espaços públicos de bairros populares, entre famílias de baixo poder socioeconômico e sem distinções expressivas em seus ganhos. Vivendo os mesmos tipos de necessidades e, muitas vezes, se apoiando em laços de solidariedade que não deixavam muitas oportunidades para discriminações, embora essas existissem.

O mundo da nossa meninada é naturalmente outro. Com trabalho e esforço tem sido possível oferecer a eles recursos e oportunidades que muitos não tivemos.  Viabilizamos para eles o ingresso e a participação em um mundo que é de acesso restrito e que possivelmente esteve fechado para muitos entre nós. Mas, esse espaço que abrimos, essas possibilidades, na maior parte das vezes são privilégios de um mundo branco, elitista, preconceituoso, discriminatório e também sedutor. E nesse mundo os nossos pequeninos ficam imersos, expostos e quase indefesos, ainda que armados pelos valores que conseguimos transmitir.

Redobra, então, a nossa responsabilidade e necessidade de atenção. Armamos nossas crianças com nossos valores morais e éticos. Somos escudeiros, mas quem enfrentará as disputas serão eles. Nosso papel é rever e verificar a cada dia e a cada momento se o armamento está suficiente, se está no lugar. Se tem sido usado e se estão sabendo fazer uso dele.

Não dá para ir para as batalhas no lugar deles. Daí, precisamos repetir as instruções. Encher o saco. Cuidar e observar se esses nossos cavaleiros jedaizinhos estão preparados para enfrentar e rechaçar as tentações, sem que sejam levados para o Lado Sombrio da Força.

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Vídeo do canal Youtube de Ana Paula Xongani – acessado em 09/072020 em <https://www.youtube.com/watch?time_continue=42&v=5fBhjPzXNi4&feature=emb_logo>

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Por trás de um sujeito medíocre


Opinião


Você acha que já viu e ouviu de tudo? E a Maria Antonieta do Século XXI? Quem já viu ou ouviu? Veja essa matéria de O Dia (link abaixo) e assista ao vídeo.

“A primeira-dama do estado de São Paulo, Bia Doria, disse em uma entrevista ao lado da socialite Val Marchiori que não se deve dar marmita para os moradores de rua, "porque eles têm que se conscientizar de que têm que sair da rua".
A esposa de João Doria (PSDB) é a presidente do Fundo Social de São Paulo atualmente. "As pessoas que estão na rua... Não é correto você chegar lá na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar de que ela tem que sair da rua. A rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua", diz Bia Doria.” [1]




[1]
O trecho de matéria e o vídeo foram copiados, sem autorização, de publicação de O Dia, acessada em 03/07/2020 em <https://odia.ig.com.br/brasil/2020/07/5945178-em-video--bia-doria-diz-que-pessoas-gostam-de-morar-na-rua---a-rua-hoje-e-um-atrativo.html >