domingo, 26 de abril de 2020

A vida em tempos de coronavírus (38)



Opinião


Os números oficiais do Ministério da Saúde informam que estamos no limiar dos 60 mil casos de infectados com o coronavírus e já com mais de 4 mil mortes. O próprio ministério não esconde que esses números se referem apenas aos casos em que tanto as causas das infecções como as dos óbitos foram constatadas por testes.

Esses números por si só são apavorantes e mais ainda quando pensamos que eles representam subnotificações. Diversas reportagens, inclusive reportagens em jornais internacionais, tratam da questão das subnotificações no Brasil e quase todos estimam que os números oficiais representam menos de um décimo dos casos. As matérias estimam que os casos reais sejam de 11 a 15 vezes  os números oficiais. Tomara que esses números estejam errados porque, se estiverem corretos, no caso mais otimista, o Brasil já está com mais  de 600 mil casos de contaminações e mais de 40 mil óbitos. Isso já é uma visão do inferno.

Não acho absurdo que os números oficiais registrem apenas os casos testados e nem me surpreende que estejam tão distantes da realidade. Afinal, não é novidade para ninguém que vivemos num país carente de recursos. Esses números exibem a carência de testes e de uma logística que permita acelerar a quantidade de testados com as doses disponíveis. Será um absurdo se as autoridades estiverem se referenciando exclusivamente por esses números.

Existem métodos científicos para avaliações e estimativas dos números reais, mesmo que os testes não tenham sido realizados, e existem profissionais supercapacitados para realizar essas avaliações e estimativas. Porém, não acredito que as figuras da trupe Bozo no Ministério da Saúde, nem o merdetta que saiu nem o punheta que entrou, sejam capazes de dar tais diretrizes ou quaisquer outras. Essa corja  que ocupa o governo já nem consegue se disfarçar. Já tocou um “foda-se” para a nação e ontem deram uma demonstração disso.

 A minha expectativa – e quase certeza - é que os profissionais das diversas áreas estejam trabalhando por suas próprias iniciativas. Por motivos diversos, e para sorte nossa, a sociedade brasileira ainda não assimilou culturalmente e integralmente os valores da  lógica capitalista que determinam a nossa ordem econômica, e isso é bom. Aliás, é a nossa tábua de salvação nesse momento.

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