Opinião
O governo atual decorreu de um acordão e está em disputa (embora
essa visão não seja consensual). Ocorre que as batalhas dessa disputa estão
ocorrendo em espaços onde os trabalhadores e as organizações sociais não
participam, e como as nossas representações parlamentares não são suficientes para
os enfrentamentos, tomamos uma sova.
Além do mais, as representações da direita que não têm
qualquer projeto para melhorias das condições sociais dão provas cabais que estão
dispostas a levar o país ao limite da
degradação em todos os aspectos, haja vista as últimas deliberações no legislativo
para solapar os poderes executivo e judiciário.
Trazer o enfrentamento para o campo de lutas que foi
conquistado com a eleição do governo Lula é um imperativo lógico, e é nesse
contexto que se insere a importância e a necessidade das greves e as ocupações
no campo, notadamente a atual greve dos servidores – professores – federais e as
ocupações do MST que nesse ano completa os 40 anos de lutas dos Sem Terra e que
celebra no dia 17 de abril os 28 anos dos assassinatos de Eldorado do Carajás.
O deslocamento da luta para os espaços dos trabalhadores
ocorrerá conforme a intensidade dessas mobilizações e o apoio que elas
receberem de outras categorias e grupos sociais. Obviamente a clareza da
questão não significa a simplicidade da resposta, mas caberá ao governo,
forçado pelas mobilizações, convocar os seus contadores, abrir as planilhas e
determinar as movimentações orçamentárias: qual recurso sairá de onde e para
onde.
Sem provocar isso, valerá o que está ocorrendo até o momento.
Lá, no espaço onde não participam os trabalhadores, a premissa tem sido a exclusão
de qualquer alternativa que valorize as necessidades sociais e que não priorize
os ganhos das corporações capitalistas. É essa regra que precisamos mudar, e
ela só mudará com mobilizações, greves e ocupações. Não há outros caminhos.
É bem verdade que há o chamado _pensamento mágico:_ o míssil
já foi lançado, velocidade e direção já estão determinadas, e fechamos os olhos
e cruzamos os dedos na expectativa de estarmos contribuindo para que ele acerte
ou erre o alvo. Não acho que seja uma boa opção.#####
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