quarta-feira, 17 de abril de 2024

Mais do que Abril, precisamos um ano vermelho

 Opinião

O governo atual decorreu de um acordão e está em disputa (embora essa visão não seja consensual). Ocorre que as batalhas dessa disputa estão ocorrendo em espaços onde os trabalhadores e as organizações sociais não participam, e como as nossas representações parlamentares não são suficientes para os enfrentamentos, tomamos uma sova.

Além do mais, as representações da direita que não têm qualquer projeto para melhorias das condições sociais dão provas cabais que estão dispostas a levar o país  ao limite da degradação em todos os aspectos, haja vista as últimas deliberações no legislativo para solapar os poderes executivo e judiciário.

Trazer o enfrentamento para o campo de lutas que foi conquistado com a eleição do governo Lula é um imperativo lógico, e é nesse contexto que se insere a importância e a necessidade das greves e as ocupações no campo, notadamente a atual greve dos servidores – professores – federais e as ocupações do MST que nesse ano completa os 40 anos de lutas dos Sem Terra e que celebra no dia 17 de abril os 28 anos dos assassinatos de Eldorado do Carajás.

O deslocamento da luta para os espaços dos trabalhadores ocorrerá conforme a intensidade dessas mobilizações e o apoio que elas receberem de outras categorias e grupos sociais. Obviamente a clareza da questão não significa a simplicidade da resposta, mas caberá ao governo, forçado pelas mobilizações, convocar os seus contadores, abrir as planilhas e determinar as movimentações orçamentárias: qual recurso sairá de onde e para onde.

Sem provocar isso, valerá o que está ocorrendo até o momento. Lá, no espaço onde não participam os trabalhadores, a premissa tem sido a exclusão de qualquer alternativa que valorize as necessidades sociais e que não priorize os ganhos das corporações capitalistas. É essa regra que precisamos mudar, e ela só mudará com mobilizações, greves e ocupações. Não há outros caminhos.

É bem verdade que há o chamado _pensamento mágico:_ o míssil já foi lançado, velocidade e direção já estão determinadas, e fechamos os olhos e cruzamos os dedos na expectativa de estarmos contribuindo para que ele acerte ou erre o alvo. Não acho que seja uma boa opção.#####

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