domingo, 11 de novembro de 2018

Conversas para um terceiro turno - Parte 1 de 3


Opinião


Esses registros não são conclusivos nem completos. São uma tentativa de organizar reflexões sobre possíveis ações e posicionamentos a propósito de alguns tópicos que estão na pauta política.

Parte 1/3 - Algumas premissas (Tempo estimado de leitura 2,5 minutos)

Em que pese a nossa bronca com o resultado eleitoral, não seria correto torcer para que as merdas que anunciamos  aconteçam, embora seja enorme a vontade de fazê-lo. Até porque seremos os primeiros a combatê-las . Além do mais, 44,9% do eleitorado votou contra o governo eleito e não mereceria ser penalizado. [1]

Sabemos como o governo eleito se caracteriza. Aliás, o jornalista Alberto Villas fez uma observação corretíssima “Todos os jornais, nos quatro cantos do planeta, chamam o presidente eleito no dia 28 de outubro, de candidato da extrema-direita. Todos. Aqui, não. ... nossos jornais estão tratando o presidente eleito como um estadista ... Parece que nenhum jornal se lembra mais que, um dia, o ultra-direitista homenageou, também ao vivo e em rede nacional,  o maior torturador que o país já teve. Ninguém se lembra mais que ele disse, um dia, ser favorável a tortura, não estuprar uma deputada porque ela não merecia, não querer um gay como vizinho e mandar um jovem opositor no aeroporto, ir tomar no cu.” [2]

O fascismo deve ser combatido, contudo há ações governamentais (já existem) para serem combatidas porque elas são nocivas à nossa visão de uma organização social inclusiva e solidária, ainda que estejam revestidas de aspectos que atendem à ordem democrática. Esse é o caso da reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017 e aprovada com os votos do Congresso e o da reforma da Previdência que, segundos os jornais, o governo eleito quer tramitar e aprovar ainda esse ano. Ainda sobre a reforma da previdência, o jornal Valor Econômico noticiou que um grupo liderado pelo ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, entregou ao presidente eleito uma proposta de reforma mais radical do que a que está em andamento. A proposta inclui também uma sugestão de encaminhamento de forma que ela seja aditada à que está em andamento, apresentada pelo governo Temer, sem que haja prejuízo para os prazos. [3]

Nesse enfrentamento, não nos identificamos exclusivamente  pela negação do governo eleito. Somos bem mais do que isso, e a nossa identificação ocorre pela afirmação dos nossos projetos que conflitam com os projetos e práticas tanto do governo eleito como do atual (Temer). Explicitamos os principais eixos que afirmam os nossos posicionamentos e, buscamos permanentemente avaliar com clareza a conjuntura na qual estamos envolvidos. Assim, estabeleceremos formas eficazes e realizáveis de participação política que se caracteriza , naturalmente, como uma oposição ao projeto vencedor na eleição presidencial.

Referências
[1]
Resultado eleitoral TSE 2º turno: Eleitorado: 147.306.294 – Comparecimento: 115.933.451 (78,7%)
Votos válidos: 104.838.753 - Brancos: 2,14% - Nulos: 7,43%
Bolsonaro: 57.797.847 (55,13%) – Haddad: 47.040.906 (44,87%)
Disponível em Site TSE <http://divulga.tse.jus.br/oficial/index.html> - Acessado em 04/11/2018

[2]
A Vida é Bela – Texto de Alberto Villas (blog) -  Disponível em <http://albertovillas.com.br/2018/11/01/a-vida-e-bela-2/> Acessado em 04/11/2018

[3]
Grupo propõe reforma mais radical para Previdência – Jornal Valor Econômico - 01/11/2018


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