Opinião
A sociedade
que queremos será construída e sustentada com o fruto do nosso trabalho, mas
também com a apropriação e distribuição das grandes fortunas acumuladas através
de lucros indecentes advindos do roubo do trabalho alheio. Governar
para todo mundo não significa embrulhar num mesmo pacote os trabalhadores e as
grandes corporações garantindo os ganhos dessas últimas. Sem essa de “carta compromisso” com os donos do capital. Ao contrário. Vamos é repartir esse bolo!
Estamos tão
impregnados da propaganda capitalista que a afirmação acima até soa como
anacrônica, mas é atualíssima. A desesperadora situação que vivenciamos não é
inusitada nem exclusiva. Ela é a versão brasileira de uma onda que tem
caracterizado a ordem política internacional. Nos países centrais e no
pós-guerra, as elites que representam o atual sistema de produção até chegaram
a acordar algum nível de compartilhamento social de ganhos econômicos. Porém, elas
próprias chutaram o pau da barraca e, logo que puderam, mandaram aquele modelo
pra casa do chapéu. Retrocedem ao seu projeto parasitário de enriquecimento
chupando o sangue dos trabalhadores sem qualquer contrapartida.
A história
está aí. A social democracia europeia foi pro cacete. Não completou 80 anos.
Ainda não foi extinta porque isso não ocorre da noite para o dia, mas o trato
foi desfeito. Ao mesmo tempo, o poder imperial americano faz o que quer. Quem
não obedecer toma bomba na cabeça. A rigor, essa lei do mais forte sempre
valeu, mas sempre foi disfarçada pelo mito de uma sociedade livre suportada por
uma democracia burguesa, ou liberal, como queiram. Ocorre que o mito está sendo
abandonado por seus próprios propagandistas.
Por nossa
vez, deslocados e retardados no espaço e no tempo históricos, patinamos nessa
América Latina, entre ditaduras, torturas e extinção da população considerada
inservível. Chegamos tarde para a festa da democracia burguesa que já está
acabando enquanto ainda lutamos por direitos sociais primários e ocupando
terras em nome de uma reforma agrária que nunca ocorreu, enquanto nossos
militantes sociais são covardemente assassinados. Mas, mudaremos esse quadro. Mais do que mudar
governos, mudaremos a classe que está no poder.
Vamos
construir a Greve Geral em 14 de junho de 2019
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