domingo, 25 de fevereiro de 2024

Pronto, falou e disse!

 Opinião

 

Estou longe de condenar as palavras do sapo barbudo a propósito do genocídio realizado pelo governo israelense na faixa de Gaza e, mais longe ainda de condenar a comparação dos atos do fascista Netanyahu com os do Hitler. Não achei inoportunas nem inadequadas, ao contrário, achei que acertaram o alvo em cheio e cumpriram o seu papel de fazer coro sem disfarces contra a matança de mulheres e crianças praticada pelo governo israelense naquela região  e que ainda  prossegue.

A tentativa do extermínio dos judeus pelos nazistas não deverá ser apagada da história, não só pelo que ela representou para toda a humanidade, mas também pelas iniciativas do povo judeu, talvez único grupo cultural que tem superado as divisões políticas do capitalismo, que trabalha e trabalhará para a conservação dessa memória trágica que é elemento relevante na história da manutenção da sua cultura.

Contudo, tragédias não deixam de ser tragédias pela contabilidade de mortos e não têm tempo de validade. Elas não recebem medalhas de “or concur” e ninguém têm certificado de propriedade ou de exclusividade de narrativas. Assim, quando um fascista que governa um dos principais poderios bélicos do mundo aponta esses recursos para o extermínio de dezenas de milhares de mulheres e crianças indefesas, ele não só deve, mas precisa ser denunciado, apontado como criminoso que é, e comparado com os similares de sua  espécie, no caso em pauta, com o líder nazista Hitler.

É claro que Lula poderia ter lançado mão de outras comparações com exemplos da história passada ou contemporânea, até mesmo situações vividas na própria história brasileira. Poderia ter exemplificado com Ruanda, com a Síria, com o Congo, com o Sudão, com os Xpquistão da vida, com Eldorado dos Carajás, com a escravização dos africanos, com a casa do cacete. Porém , Lula não estava diante de uma banca universitária apresentando um trabalho documental histórico e formal sobre os genocídios na memória da humanidade.

Lula estava denunciando os assassinatos que estão sendo praticados por Netanyahu, filmados e com imagens exibidas nos horários nobres dos telejornais e nos lares do mundo inteiro, no interregno entre partidas de futebol, shows de variedades e, quem sabe, até entre as putarias que dominam as disputas do poder político mundial. O sapo barbudo sacou e atirou. Fez o que deveria, e acertou. Usou o exemplo mais simples, mais próximo, não precisou desenhar.

Quem ficar nesse ti ti ti apontando inconveniências das declarações de Lula, mesmo com argumentos condescendentes, mas ressalvando que tais declarações desviaram o foco das atenções estará equivocado, batendo palmas pra maluco dançar! Quem está desviando o foco é quem reluta em assumir e denunciar que estamos diante de um genocídio consentido.

Quem achar que Lula poderia ter utilizado outros exemplos, então que os use, que lance mão deles e que os acrescente às denúncias contra o atual governo fascista israelense. Façamos isso, sem desculpas nem invenções.

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