Opinião
O governo de Israel usa o holocausto como um tapume para
disfarçar o genocídio do povo palestino. Qualquer menção às misérias sofridas
pelos judeus durante o nazismo vis-à-vis as que estão sendo praticadas por
Netanyahu em Gaza neste momento é oportunisticamente apontada como
antissemitismo e desrespeitosa aos
judeus.
As declarações de Lula foram um chute nesse tapume escroto
desvelando um canteiro de obras que, afinal, nem é novidade para o mundo. Mas,
a contundência das suas declarações revigorou um debate amortecido pelos
protocolos diplomáticos e alinhamentos políticos, o debate sobre o governo
israelense como ele é em sua essência: uma liderança política ameaçada de ser presa em seu próprio
país que não titubeia em escudar-se no assassinato de uma população civil
indefesa, notadamente de mulheres e crianças.
Os brasileiros, judeus e não judeus, podem concordar ou
discordar das declarações de Lula em forma ou conteúdo, *mas aqueles que
fizerem dessa discordância um pretexto para se alinhar em apoio aos grupos
fascistas e de extrema-direita que ainda se organizam no Brasil e que atuam
para sabotar o futuro do país* estarão, antes de tudo, dizendo sobre si mesmos
e seus verdadeiros valores – saindo de trás dos seus tapumes individuais.
Por mim, gostaria que não existissem, mas dado que estão por
aí, prefiro que façam assim, que se revelem. São oportunidades para tornar a
nossa sociedade mais transparente em sua composição e em seus valores humanos e
políticos.
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