Leituras para distrair
História triste do sequestrador da Ponte Rio - Niterói.
Talvez venhamos a saber mais sobre ele, quem sabe, sobre a provável motivação
de sua ação. Por ora, será tido como um borra botas. Um coitado, embora perigoso,
que morreu atrapalhando o tráfego.
Nem deveria assistir TV. Teria imaginado que seria
alvejado logo que se expusesse. Por um atirador de elite – cena corriqueira de
filminho brega americano, ou por um
cagão fardado e sem experiência como no caso do ônibus 174.
Talvez um suicida. Burro! Idiota! Mas, a idiotice da sua
ação não ficou muito atrás do gesto idiota do atirador que “comemorou” a sua
derrubada.
A única coisa que fez sentido nessa história, porque é
recorrente, foi o aparecimento do vendedor de coxinha ou bolinho, seja lá o que
for, divulgado pelas fotos do local. Esse fenômeno do aparecimento instantâneo dos
vendedores de guarda-chuvas, capas, água mineral e salgadinhos precisaria ser
pesquisado por teses universitárias. Eles aparecem e desaparecem subitamente. Então,
deve haver um momento zero, uma espécie de big-bang que dá origem ao fenômeno. Os congestionamentos e a precipitação de
chuvas funcionam como chaves que abrem portais de comunicação com outra
dimensão onde vivem. Portais que atravessam e aparecem nessas situações.
Algumas das fotos mostram o equipamento do vendedor muito
bonitinho, sem fitas adesivas remendando e envolvendo os isopores, etc. Distante
da imagem comum de ambulantes. Mais para um catering de sequestro. Ao mesmo
tempo, as sandálias de dedos dão uma identidade popular ao cara que está servindo
as coxinhas e que parece estar sem identificação. A freguesia parece ser a
moçada que estava por ali. Figurantes. Desfaz
a ideia de catering para artistas principais.
O final foi trágico. Não há o que comemorar. Sem pressa foi
cada um pro seu lado. Até porque o congestionamento foi monumental. Nossas
janelas de zap, instagram e facebook não há como fechá-las. Continuarão
abertas, de frente para tantos crimes.
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