Opinião
Sendo múltipla a natureza humana, sujeitos
diversos originaram situações diversas e algumas impactaram quase toda a
humanidade. Um desses caras foi Vladimir Ilyich Ulianov, cujo pseudônimo era Lenin,
nascido em 22 de abril de 1870 numa cidade da Rússia então chamada Simbirsk e que hoje tem o nome de Ulianovsk em
sua homenagem. Hoje fazem 150 anos do seu nascimento.
Lenin foi o principal dos líderes de uma revolução que
transformou o mundo. Não apenas o cotidiano dos seus pares, mas que apontou
para a humanidade a possibilidade real de uma alternativa de organização social
sem a exploração do homem pelo homem. Uma
alternativa ao capitalismo.
A comunhão de ideais, além de admiração pelo
empenho e dedicação desse militante extraordinário permite a muitos – entre os quais me incluo – referir-se a ele
como “companheiro Lenin”.
Os ideais de uma sociedade melhor para
todos os seres indistintamente não saíram da cabeça do companheiro Lenin. Pensar assim é
uma ignorância infantil. Germinaram com o próprio desenvolvimento humano, tiveram versões e interpretações. Em alguns momentos foram sacralizados. Geraram lutas e revoluções. Em sua defesa muitos sacrifícios foram realizados. Essa é a história da humanidade.
Mas, no século XIX, na linha de
encontrar caminhos para uma sociedade melhor, na linha de transformar a
realidade em que estavam inseridos, dois militantes especiais buscaram desvendar
os obstáculos que efetivamente barravam as possibilidades de avanços na
conquista desse sonho. E foi numa parceria fenomenal que Friedrich Engels e Karl Marx participaram ativamente dos
movimentos políticos e se debruçaram para estudar os mecanismos de organização
social de sua própria época,
Nesse esforço, Karl Marx, o gigante entre
os gigantes, desvelou os meandros do emergente modo de produção na sociedade
inglesa de então - o capitalismo – registrando-os em uma obra até hoje incontestável,
Marx dissecou em detalhes o capitalismo, sua natureza e sua incompatibilidade com
a ideia de uma sociedade solidária. Apontou suas potenciais direções de
desenvolvimento e deixou as pistas para
que outros prosseguissem com sua obra.
No rastro das elaborações de Marx, e inconformado
com as condições de miséria e de exploração da população na sociedade em que vivia, o companheiro Lenin
liderou movimentos sociais que levaram à revolução russa em 1917 e a formação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)
em 1922.
A revolução
liderada por Lenin estabeleceu outra perspectiva de visão do mundo. Foi feita com um apelo aos
trabalhadores para que se unissem e a replicassem em todas as partes
do mundo. Não foi por outro motivo que o mundo capitalista de então se virou
contra aquele movimento.
Além de
duríssimas sanções econômicas impostas ao governo revolucionário, no intervalo
de 1918 até 1920 os países capitalistas lançaram-se numa campanha de agressão
às fronteiras soviéticas que reuniu: França, Inglaterra, Japão, EUA, Polônia, Grécia,
Canadá numa mobilização militar cujas estimativas chegam a cerca de 180.000 homens.
A agressão
terminou na medida em que a URSS abriu mão da proposta de internacionalização
da revolução e também do cagaço das potências agressoras que os seus soldados
fossem cooptados pelo ideal revolucionário que levou os trabalhadores a tomarem
o poder no antigo império russo.
Mas, aqui
não é e nem seria o local adequado para se saber sobre a história da revolução
socialista de 1917. Hoje há uma quantidade enorme de fontes de informações disponíveis
a qualquer um que tiver interesse e se dedicar ao assunto. Aqui o enfoque é
celebrar a lembrança do companheiro Lenin. Não como um super homem, um super
humano ou, um deus, mas como um militante ativo e excepcional que dedicou a sua
vida a um projeto para o benefício coletivo. Infelizmente o companheiro Lenin
morreu ainda nos primeiros anos da revolução que liderou (1924), e a sua morte foi
determinante no rumo dos acontecimentos. O seu exemplo ficou.
Refletir
sobre as suas lutas é importante num momento em que a pandemia do coronavírus
está provocando expectativas de que a realidade se transformará por si própria
ou como efeito colateral da contaminação. Uma expectativa de que sairemos “melhores”
dessa pandemia. Ledo engano.
O sistema
capitalista está ai, tão vivo quanto nunca. Querendo jogar os trabalhadores na
fogueira viral e queimá-los como combustível. Basta ver os jornais. Aqui no
Brasil e em todo o mundo capitalista as medidas que estão sendo tomadas visam
tão somente recuperar o movimento do sistema que foi abalado. Mudar isso não
será simples. Mas, é possível. O companheiro Lenin apontou a direção. Chegar lá
é tarefa nossa.
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