Opinião
O individualismo é natural quando
determinado pelo instinto de conservação,
mas também pode ser construído socialmente. Esse é o caso do individualismo que
valoriza a exploração do outro. Um individualismo
opcional, uma escolha política que se contrapõe à solidariedade.
A solidariedade, por sua vez, é um
valor construído socialmente. Não é natural. É um ato de vontade. Para uns ela
é uma prática eventual ou oportuna, uma resposta a certas situações que se
apresentam. Para outros ela é uma disposição tão forte que se estabelece como
uma prática de vida.
Lidar com as manifestações de
individualismo e com práticas de solidariedade é uma das tantas questões impostas
à sociedade nesses tempos de coronavirus.
Há trabalhadores que, embora vivendo
à custa de seus trabalhos e atividades, sobrevivem matando um leão por dia.
Porém, a temporada de caça foi suspensa. Sequer
têm o que caçar. Garçons, barbeiros, artistas, vendedores, diaristas,
ambulantes, qualquer tentativa de exemplos será incompleta.
Há, ainda, pessoas que vivem das
sobras das ruas e até do lixo da cidade, mas de uma cidade viva. Ocorre que,
estando a cidade em estado quase cataléptico, semimorta, não há onde nem o que chafurdar. A carência é
total.
A crise está colocando essas camadas
de população numa dependência de correntes de solidariedade e agregando-as a outras
camadas cujas vidas já dependem exclusivamente dessas correntes. Correntes das
quais alguns de nós até participam e incluem em seus orçamentos ou em suas
atividades as doações e colaborações que realizam.
Essas novas situações estão colocando à prova as nossas opções políticas. É hora também de ajudar, de ser solidário.
#####
Nenhum comentário:
Postar um comentário