sexta-feira, 6 de março de 2020

Agruras de março, mais um verão


Opinião


Vejam que impressionante  (mais abaixo) a matéria da Carta Capital – Original da AFP – France Presse, de 06/03/2010. Segundo a ONU, 90% da população mundial tem preconceito contra as mulheres.

Não bastasse a exploração intrínseca ao modo de produção capitalista sobre todos os trabalhadores, as trabalhadoras enfrentam adicionalmente batalhas culturais seculares da discriminação de gênero. Servindo adequadamente às classes dominantes e ao sistema de poder político vigente, esses aspectos culturais  se expressam sob a forma de penalidades econômicas sobre as mulheres,  tanto na remuneração de suas tarefas como na desconsideração e desqualificação de suas capacitações profissionais.

Assim, deveríamos considerar um desrespeito para com a história das trabalhadoras a glamourização do dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher. Essa data foi estabelecida  para ser reverenciada e celebrada pelos trabalhadores de todos os gêneros como um marco simbólico de suas lutas. A glamourização é um insulto contra esse propósito.

A prática dos presentinhos, das florzinhas, dos convites para almoços e jantares, dos elogios, das mensagens com cumprimentos e cortesias babacas (agora potencializadas pelo zap) que, no fundo, reafirmam a discriminação precisam ser estancadas. São práticas que só contribuem para disfarçar essa marginalização covarde – inclusive praticada por muitas mulheres que em seus comportamentos repetem os mesmos assédios , destratos e práticas de exploração.

Dia 8 de março é dia de celebrar a luta. E de refletirmos, cada um de nós (não me excluo), de todos os gêneros, o tanto que estamos impregnados dessa herança preconceituosa e escrota, e o tanto que a praticamos inconscientemente porque não paramos para a reflexão.

Sugiro a leitura da matéria da France Presse. Leitura abaixo ou através do link.
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90% da população mundial tem preconceito contra as mulheres, diz ONU


 AFP -  6 DE MARÇO DE 2020

Em torno de 90% da população mundial, sem importar o sexo, têm preconceito contra as mulheres, revela um estudo da ONU divulgado nesta quinta-feira, dias antes do Dia da Mulher.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) analisou 75 países, que representam 80% da população global, e concluiu que nove a cada dez pessoas, inclusive mulheres, têm preconceito de gênero.
Estes preconceitos incluem que os homens são melhores políticos e líderes de negócios; que ir à universidade é mais importante para os homens; ou que deveriam ter um tratamento preferencial em mercados de trabalho competitivos.
Os países no topo da lista são Paquistão, onde 99,81% têm ao menos um preconceito em relação às mulheres, Qatar e Nigéria, ambos com 99,73%.
Os países com população menos sexista são Andorra, 27,01%; Suécia, 30,01%; e Holanda, 39,75%.
Em França, Reino Unido e Estados Unidos, os índices de quem tem ao menos um preconceito sexista são de 56%, 54,6% e 57,31%, respectivamente.
Na Espanha, o percentual é de 50,50%.
Na América Latina, a pior situação ocorre no Equador (93,34%), seguido por Colômbia (91,40%), Brasil (89,50%), Peru (87,96%) e México (87,70%).
Argentina, Chile e Uruguai se situam entre 75,4% e 74,6%.
Os números revelam “novas pistas sobre as barreiras invisíveis que as mulheres enfrentam para obter a igualdade”, apesar de “décadas de progresso”, destaca o relatório.
“O trabalho tem sido eficaz para garantir o fim das brechas na saúde ou na educação, mas agora deve evoluir para abordar algo muito mais desafiante: um viés profundamente arraigado, tanto em homens como em mulheres, contra a igualdade genuína”, disse o administrador do PNUD, Achim Steiner.
A agência pede aos governos e instituições que trabalhem para mudar estes preconceitos e práticas discriminatórias através da educação. ####


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