sábado, 28 de março de 2020

A vida em tempos de coronavírus (9)


Opinião


A natureza não está dando mole para a humanidade. Mas, não se pode dizer que fomos pegos de surpresa. As possibilidades de uma pandemia como a que estamos passando já foram apontadas por especialistas. Há vídeos sobre o assunto na web com premonições tão acertadas que até superam fantasias e ficções.

Diferentemente do  tsunami no Japão, em 2011, quando a natureza se manifestou com uma fúria incontrolável, sem dar qualquer chance de reação, nesse caso do coronavírus a humanidade teve e tem chances de reagir à adversidade natural. Os mecanismos de enfrentamentos além de serem possíveis e realizáveis, estiveram e estão condicionados quase exclusivamente à decisões políticas, ou seja, à escolhas sobre o modelo de organização social que os grupos humanos preferem adotar.

Ainda assim, mesmo que as melhores escolhas não tenham sido feitas, temos a oportunidade de mitigar os efeitos da pandemia e de corrigir aquelas opções. Isso significa, na prática, distribuir uma acumulação indecente de riqueza e recursos e significa, também, assumir práticas solidárias,  estabelecendo para os tempos futuros um acordo social que se contraponha ao modelo atual. Um modelo que se mostra frágil e incompetente nesses tempos de necessidades globais, tempos de crise. Então, temos escolhas.

Busquem nas agências de notícias internacionais. Não é preciso recorrer aos jornais de esquerda e sites socialistas. Busquem nas agências tradicionais e vejam a situação dos EUA e a zona total que está rolando por lá. Sem um sistema de saúde pública sob o controle e coordenação estatal, as autoridades americanas não conseguem sequer confirmar a quantidade de infectados cujas estimativas já ultrapassam 100.000 mil.

O governador do estado e, particularmente, o prefeito da cidade de Nova Iorque não saem da televisão. Ambos estão com um pau no cú  tentando explicar o que  vão fazer diante de uma situação que exige em uma estrutura pública de saúde, mas que está montada em bases exclusivamente privadas, o serviço de saúde mais caro do mundo.

Há o relato da BBC News de um sujeito que retornou da China e temendo estar contagiado foi a uma sala de emergências em Miami. Lá foi diagnosticado com resfriado comum e teve prescrições médicas. Duas semanas depois recebeu notificação que devia mais de 3 mil dólares ao hospital. Aí o sujeito adoeceu de fato!

Caricaturas a parte, certamente os EUA encontrarão suas saídas. Afinal, trata-se de uma sociedade rica, uma riqueza acumulada a custa de guerras e da exploração de outros países, diga-se de passagem. Assim, eles já estão comprando médicos e enfermeiros. O Departamento de Estado americano está oferecendo visto e contratação para os profissionais de saúde tratarem da pandemia coronavírus. Vejam cópia de matéria da revista Época, de hoje:

 “ ...  A notícia provocou o temor de que os EUA estejam tentando tirar médicos de países que já estão sofrendo com a pandemia do coronavírus e poderiam ficar sem mão de obra qualificada em um momento de extrema necessidade..”

Avaliando esse cenário é pertinente perguntar: e em nosso pobre Brasil, que escolhas faremos?  

Estamos como uma nau de insensatos. Um sequelado na direção do país e uma corja que o cerca tentando levar-nos para um caminho cujo único destino é a barbárie. Para esses filhos das putas a sociedade brasileira não passa de  ratos e crianças, e assim como o flautista de Hamelin querem guiar-nos  para o suicídio ou aprisionamento.

É mais do que hora da galera que elegeu esse pulha repensar suas escolhas. É preciso e possível mudar. A natureza e a história estão nos dando essa chance.


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