Opinião
Se forem
mantidas as tendências, daqui a dois dias, no dia primeiro de abril, o Brasil
contabilizará cerca de 5000 infectados e mais de 200 mortos pelo coronavírus.
São números que refletem os casos oficialmente
confirmados, mas há estimativas, não oficiais, de quantidades maiores.
Um
ex-ministro da saúde, médico sanitarista e atualmente pesquisador da Fiocruz, exemplificou
a gravidade do quadro. Segundo o médico, nos meses de fevereiro e março nos
últimos anos, em todo o país, tem sido de 250 casos a média de internações
diagnosticadas como pneumonia viral. Já em fevereiro e março de 2020, antes
mesmo do término de março, o registro era de 2250 casos. Certamente, afirma o
médico, muitos dos casos decorrem do coronavírus sem estarem contabilizados na
quantidade total de infectados.
Ainda assim,
a quantidade de casos prosseguirá em curva ascendente e a tendência da
situação, nesse momento, é ainda de se tornar mais grave até que apareçam
resultados das medidas que estão sendo adotadas.
Os relatos sobre os óbitos são tristes. Os
procedimentos fúnebres precisam ser agilizados, o tempo para as cerimônias é
reduzido e pré-determinado e o número de presentes limitado em torno de dez
pessoas, São condicionantes impostos para reduzir as chances de novas
contaminações.
Mais
doloroso ainda, é que os casos fatais são tipicamente de idosos já com alguma
fragilidade de saúde e com vida recente dependente do acompanhamento por
familiares. Contudo, a porra da contaminação pelo coronavírus impõe o
isolamento dos pacientes graves, sem qualquer contato com a família, mesmo nos
períodos derradeiros de vida. As mediações desses pacientes com o mundo
exterior tem sido realizadas pelos agentes de saúde que acabam absorvendo uma carga
emocional para a qual não estão preparados, tornando-se eles próprios vítimas colaterais
da situação.
Sinto como
se estivéssemos nessa situação há uma eternidade, mas sei que infelizmente
ainda é cedo para prognósticos. O afastamento social é uma necessidade e não
dispomos nesse momento de alternativa melhor, embora a namoradinha do Brasil
classifique como “egoísmo”. Atual secretária de cultura do governo federal, ela
faz coro ao chamado imbecil para o suicídio que o ex-capitão boquirroto vem promovendo.
Parece que a namoradinha resolveu responder ao grito de Cazuza: “Brasil, mostra
sua cara!” exibindo ela sua verdadeira cara
e seus valores.
Em vez de
chamar as pessoas para as ruas, esse povo que votou no fascismo e que ainda não
se arrependeu poderia muito bem organizar uma festa e confraternizar,
juntinhos, bem próximos, como uma demonstração de confiança em suas teses.
Poderia juntar suas panelas e armas, abraçar-se e dançar coladinhos ao som das
marchas militares que tanto apreciam, num grande baile celebrando sua
mediocridade e estupidez. Quem sabe, na baía de Guanabara, naquele palácio bonito
da Ilha Fiscal. Aliás, o nome original da ilha Fiscal era ilha dos Ratos.
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coração apertado, sem palavras!
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