Opinião
Quando menino morávamos ao lado de um cemitério, e um
comercio local típico eram as funerárias. A vizinhança toda se conhecia. O
fulano, o beltrano, o sicrano donos dos comércios tal e qual, bem como os seus
familiares. Uma organização social bem diferente dos dias de hoje quando
vizinhos de portas em corredor de edifício são completamente estranhos.
Em uma das funerárias trabalhava o filho do proprietário, um moleque
pouco mais velho que os da minha idade. A rapaziada local inventou que ele
ficava na porta da funerária, na beira da rua principal, incentivando os idosos
a atravessarem a rua cujo tráfego nem era intenso, mas não havia sinal (semáforo)
naquele trecho.
Dizia-se que ao ver
idosos aguardando a oportunidade de atravessar a rua, mesmo vendo que vinha um
veículo, o cara tapava a boca com uma das mãos e falava baixinho, mas alto o suficiente
para o pedestre ouvir: “Pode ir que dá!” ou então “Aproveita, essa é a boa ...
vão agora!” Além de outras frases de
estímulo que a galera criava. Segundo a rapaziada, ele fazia isso para turbinar
o negócio do pai na venda de caixões e coroas de flores. Um atropelamento
sempre seria uma oportunidade.
Essas conversas rolavam geralmente à noite, quando nos
encontrávamos em uma das esquinas e,
naturalmente, sempre com a presença do guia
de velhinhos que ficava puto da vida, mas participava da gozação.
Eu nunca imaginei que um dia assistiria à representação trágica
e real daquela invenção de moleques gonçalenses. Foi dela que lembrei ao ver o
ex-capitão boquirroto estimulando os brasileiros a irem para as ruas e serem
atropelados pelo coronavírus. Tudo para turbinar o negócio dos seus apoiadores.
Vão! É só uma gripezinha! Levem as crianças! Abram o comercio
e as escolas! O ex-capitão incorporou o agente funerário que estimulava os
velhinhos a atravessarem a rua na frente
dos carros. Mas, o fez sem
dissimulações. Bem alto e em pronunciamento nacional, ele exortou os
brasileiros: Vão ... vão se fuder!
O ato do presidente funerário assustou até alguns que
bancaram política e economicamente sua
marcha para o poder. O ato também provocou um efeito indesejado para esses
apoiadores. Ele permitiu que a moçada que entregou o seu voto ao defensor de torturadores veja a merda que fez.
Os seus partidários
espertos e ideológicos, na linha criminosa das fake news, até já forjaram vídeos
para sustentar o pronunciamento do boquirroto.
Ao mesmo tempo, os seus partidários otários são usados como buchas de canhão e tentam divulgar os falsos vídeos. Mas, felizmente, esses
buchas estão passando vergonha e constrangimentos porque são ridicularizados
pelos destinatários que pensam e que refletem.
Por mim, quem achar que as medidas preventivas são
indevidamente alarmantes deveria pegar a sua família e sair para as ruas. Há restaurantes
abertos, até com promoções. Que vão às praias, estão vazias. Façam piqueniques.
Espirrem, tussam entre si, abracem-se. Façam-se
de exemplo. Organizem-se em grupos e façam festas e encontros. Só não venham me
visitar. Busquem alternativas. Atravessem
a rua, eu estimularei: Vão... vão para a puta que os pariu!
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E exatamente o que vejo na atitude irresponsável e politiqueiro do asno. Estou aguardando o que vão dizer seus seguidores fiéis ( se e que existem) porque os oportunistas e estúpidos em geral já estão batendo panela contra ele.
ResponderExcluirOtimo!!!Compartilharei.
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