Opinião
Ardiente Paciencia é o título original de uma novela do autor chileno Antonio Skármeta que se tornou
um sucesso internacional quando foi adaptada para o filme “O
carteiro e o poeta”, uma ficção baseada na relação entre Pablo Neruda
e um carteiro, quando o poeta estava exilado em uma ilha na Itália.
Parte do
filme se circunscreve ao desejo do carteiro conquistar uma amada e que não
compreendia porque ele (carteiro) se apaixonava pelas descrições de Neruda.
Descrições que eram distantes da sua realidade concreta, mas que, ainda assim, o
emocionava e ele conseguia compreender os seus significados. Neruda conversa e
fala ao carteiro sobre as metáforas poéticas. O filme é lindo, vale a pena ver
e rever.
Na
sexta-feira última, divulgou-se por decisão do STF o vídeo da uma tal reunião
do Bozo com os seus ministros, na qual ele chutou o pau da barraca e, junto com
a barraca, o seu ministro mais importante, o juiz de primeiro piso já revelado como
um pilantra pelos áudios da agência de notícias Intercept.
Sim, mas
até aqui, onde o cú se relaciona com as calças?
Amigos, sei
perfeitamente que a quarentena que já caminha para a setentena está
insuportável. Mas, após ver o vídeo da tal reunião, conclamo: Aguentem firme! A
batalha é bem mais cruel nas linhas de frente, onde está o Bozo, representante
eleito da nação, e a trupe que ele montou como seu corpo ministerial.
Deduz-se ao
assistir o vídeo que, duro mesmo, deve estar sendo para o ex-capitão boquirroto.
Em meio à calamidade de uma pandemia internacional,
ele se mostra transtornado porque acha que querem estourar com as suas
hemorroidas e, provavelmente, também as hemorroidas ministeriais devido à
relações de compromissos que ele declara durante a reunião
“Eles
querem a nossa hemorroida, a nossa liberdade” – é a fala
do Bozo
Você que
está ai, em seu isolado conforto seria capaz de imaginar essa ameaça? Faço essa
interrogação porque, adianto, eu sucumbiria
diante de tal ameaça.
Um
bozominion apressado levará os dedos ao ânus, fará uma redução (reposição na posição anatômica correta de um
órgão - hérnia, invaginação) da sua própria veia que poderá estar
evaginando (protusão de um órgão ou de
parte de um órgão para fora da sua localização normal) e gritará por seu
mito, ao mesmo tempo em que tentará reposicionar suas hemorroidas: “Ele
está falando metaforicamente, simbolicamente”.
Imaginei
Pablo Neruda tentando ensinar ao carteiro Mássimo essa metáfora.
Companheiro,
busque todos os autores literários, os romancistas ou poetas. Busque em outras
artes: teatro, cinema, dança. Busque na escultura, na arquitetura, na pintura.
Busque na música essa arte que nos é tão próxima.
Qual artista
foi capaz de construir essa imagem poética, essa expressão metafórica, essa
representação simbólica da liberdade: as hemorroidas.
De fato, esse
presidente é um mito, um cú!
NOTA:
Trecho de reunião ministerial de 22/04/2020 - Acessado em 23/05/20220
em <https://vimeo.com/421714691>
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