Opinião
A situação na Palestina divide opiniões. É uma pena que tenha sido necessária uma tragédia provocada pelo grupo Hamas contra a população civil israelense para que o mundo dedicasse um pouco de atenção para a outra tragédia que vêm ocorrendo há anos e provocada pelos sucessivos governos de Israel contra a população civil Palestina. A essa altura dos acontecimentos não acho que caiba resgatar aqui fatos históricos. As fontes são várias e consistentes.
Não há um sistema internacional para a medição e comparação
de tragédias. Uma única vida perdida em um conflito é tão importante quanto qualquer
quantidade perdida em outra situação. Não há equiparações por relação
aritmética, não se trata de conferência de estoques.
Já expressei minha visão sobre o Estado de Israel
representado por seus sucessivos governos. Embora consciente que essa não é a
opção política de toda a população israelense, o fato é que Israel tornou-se um
estado racista e empenhado numa limpeza étnica cuja vítima principal tem sido
as populações palestinas. Qualquer que seja a proporção de opinião da população
israelense, essa tem sido a pratica resultante de seus governos, todos
escolhidos num processo que aquela população aceita como democrático.
Não
acho que deveria haver dois estados na região. Até aqui sou adepto da solução
de um estado único, laico,
multinacional e com direção política determinada por seus habitantes de
qualquer etnia ou religião – um cidadão um voto. Obviamente isso
significaria o fim do estado de Israel nos termos atuais.
Ao mesmo tempo, não titubeio ao avaliar o ato do Hamas no
dia 7 de outubro. Foi um ato violentíssimo e covarde na medida em que deliberou
pelo massacre de população civil desarmada. Não, repito, não contaria com o meu
voto caso eu tivesse essa opção. Eu não ignoro as justificativas para a atuação
do Hamas, e se estivesse por lá, no centro das decisões, eu precisaria
escolher. Sorte minha, não estava.
Não caio na armadilha de discutir se é terrorismo ou não. Terrorismo é uma expressão que nada diz e que serve às circunstâncias.
O status quo, os poderes instituídos e vigentes, usualmente denominam de “terrorismo”
as ações violentas contra si e lançam mão da consigna: contra a violência e
contra o terrorismo – como se isso fosse um dever sagrado e inquestionável.
Mas, nunca se dispõem a debater as razões de um ou de outro. Afinal, por que
“terrorismo” ou por que
“violência”?
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