Opinião
Quem ler o
editorial da Folha de São Paulo de ontem, 13/12/2020, domingo, mas sem saber a origem,
poderá achar que está lendo uma irada publicação esquerdista. Veja extratos do
editorial fazendo referências aos atributos e qualificações do presidente Bozo:
“estupidez
assassina” ... “irresponsabilidade
delinquente” ... “molecagens com a vacina” ...
“cego por ambição política” ... “sabotador de primeira hora das medidas
sanitárias” ... “principal responsável por esse conjunto de desgraças” ... “esbulha
a confiança dos brasileiros” ... “com ajuda do fantoche apalermado posto no Ministério
da Saúde” ... “abarrotou a diretoria da Anvisa com serviçais do obscurantismo”
...” não faltarão meios para obrigar Bolsonaro e seu círculo de patifes” .
Quem diria?
Essa é a “opinião” de um grupo político
(o jornal é instrumento) golpista de 64 e que teve participação ativa, se não
tiver sido também propositiva, no golpe de 2016. Esse editorial evidencia que o
golpe explode em contradições internas e, consequentemente, em disputa de poder.
O ataque ao governo miliciano é parte dessa disputa, mas também faz parte do projeto
garantir a exclusão de Lula do cenário de disputas eleitorais.
Há tese que
para as eleições presidenciais de 2022 busca-se a criação de um Biden
tupiniquim suportado por uma frente ampla que reuniria golpistas e aproveitadores,
além de equivocados esquerdistas que
nela embarcarem. Estou entre os que acham essa tese consistente e, em minha
opinião, o voto de muitos militantes da esquerda em um representante do DEM para prefeitura do Rio de
Janeiro no segundo turno, em 2020, foi manifestação desse equívoco.
O discurso
de “qualquer coisa, menos o Bozo” é
tão apolítico quanto “qualquer coisa,
menos o PT”. Afinal, qualquer coisa é qualquer coisa e esculachar o Bozo está
longe de ser exemplo de madurez política. A própria direita o faz, sem dó nem
piedade, se isso for conveniente.
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