sábado, 25 de maio de 2019

O Águia de Haia e o Carcará de Dallas


Opinião

Rui Barbosa gravou seu nome na história política brasileira, mas sua popularização decorreu principalmente da sua atuação na 2ª Conferência Internacional da Paz na cidade de Haia (Holanda) em 1907. Sem ufanismos e longe de qualquer juízo ou endosso da história política do baixinho baiano, ninguém negará a importância e o significado da sua participação na tal conferência onde representou nosso país.

Ao tratar sobre a formação de uma Corte Permanente de Justiça Arbitral que seria responsável pela resolução de controvérsias internacionais, e a qual  estariam submetidos todos os Estados soberanos, Rui subiu nas tamancas e criou polêmica contrapondo-se à proposta de uma corte formada majoritariamente pelas grandes potencias de época. A qualidade da sua intervenção repercutiu internacionalmente e a consistência de seus argumentos custou-lhe antipatias e críticas na reunião. Críticas principalmente devidas ao topete do baixinho folgado que em vez de se por “em seu lugar” ousava questionar os mandatários do mundo de então. Sua argumentação foi de tal valor que os caras optaram por um “cala boca” convidando o Brasil para ocupar um assento permanente na corte que queriam formar. O convite foi rejeitado pelo Barão do Rio Branco, então ministro das Relações Exteriores. Rio Branco argumentou que aceitar o convite seria negar a tese do delegado brasileiro, e endossou o discurso do baixinho: o governo brasileiro não subscreveria nenhum projeto que ofendesse a igualdade entre os Estados.

Esses fatos estão registrados na historiografia nacional e internacional através das mais diversas referências para quem se interessar por detalhes.

Seja com a tradicional imagem romântica e heroica dos livros escolares, ou com uma realística  imagem crítica e não ufanista de Rui Barbosa, com ou sem distorções nos relatos, os brasileiros estarão à vontade, sem risco de constrangimentos para lembrar, comentar, citar ou até celebrar, se for o caso,  os valores defendidos por seu representante naquele importante fórum internacional. A  valorização da autoestima, do amor-próprio, da altivez, da dignidade e do orgulho da sociedade  brasileira sempre esteve subjacente aos relatos históricos das intervenções de Rui Barbosa em Haia.

Infelizmente, o mesmo não se poderá dizer do papel ordinário, submisso, vil, rasteiro e bajulador do ministro da economia da trupe Bozo, na semana passada, 15 ou 16/05/2019, na cidade de Dallas (EUA). O filtro da mídia tradicional fez passar apenas o conteúdo das posições do ministro que, afinal, não são uma novidade: entregar para o capital privado tudo que os trabalhadores brasileiros construíram a custa de muito suor e luta.

Porém, a mídia alternativa e as funcionalidades tecnológicas atuais permitem que os brasileiros vejam e qualifiquem o papel de quem os representou. A vassalagem foi tão expressiva e deprimente que passa a impressão inicial de uma publicação falsificada. Quem dera fosse, mas não tem edição nem montagens. Está aí pra quem quiser ver e julgar  (link abaixo). Os que imaginavam que ser caricato e burlesco era atributo exclusivo do capitão Bozo, assistam ao ministro que o representa.

Infelizmente, ainda não temos como visualizar a intervenção de Rui que lhe consignou o apelido de Águia de Haia. Quem sabe um dia, com recursos da tecnologia seja possível criar uma representação virtual da sua intervenção. Independentemente disso, ficará o registro desse carcará fedorento e vergonhoso que, em Dallas,  anunciou aos seus pares de rapina a entrega da riqueza nacional como num banquete de carniceiros.

Definitivamente esse projeto não nos interessa. Não se trata de trocar o presidente. Fora todos!


Vídeo copiado da web - sem autorização - Site Focus.jor
Acessado em 25/05/2019

Vamos construir a Greve Geral em 14 de junho de 2019


Um comentário :