quinta-feira, 23 de maio de 2019

Aperitivos da luta – Outra dose


Opinião

A sociedade que queremos será construída e sustentada com o fruto do nosso trabalho, mas também com a apropriação e distribuição das grandes fortunas acumuladas através de lucros indecentes advindos do roubo do trabalho alheio. Governar para todo mundo não significa embrulhar num mesmo pacote os trabalhadores e as grandes corporações garantindo os ganhos dessas últimas.  Sem essa de “carta compromisso” com os donos do capital.  Ao contrário. Vamos é repartir esse bolo!

Estamos tão impregnados da propaganda capitalista que a afirmação acima até soa como anacrônica, mas é atualíssima. A desesperadora situação que vivenciamos não é inusitada nem exclusiva. Ela é a versão brasileira de uma onda que tem caracterizado a ordem política internacional. Nos países centrais e no pós-guerra, as elites que representam o atual sistema de produção até chegaram a acordar algum nível de compartilhamento social de ganhos econômicos. Porém, elas próprias chutaram o pau da barraca e, logo que puderam, mandaram aquele modelo pra casa do chapéu. Retrocedem ao seu projeto parasitário de enriquecimento chupando o sangue dos trabalhadores sem qualquer contrapartida.

A história está aí. A social democracia europeia foi pro cacete. Não completou 80 anos. Ainda não foi extinta porque isso não ocorre da noite para o dia, mas o trato foi desfeito. Ao mesmo tempo, o poder imperial americano faz o que quer. Quem não obedecer toma bomba na cabeça. A rigor, essa lei do mais forte sempre valeu, mas sempre foi disfarçada pelo mito de uma sociedade livre suportada por uma democracia burguesa, ou liberal, como queiram. Ocorre que o mito está sendo abandonado por seus próprios propagandistas.

Por nossa vez, deslocados e retardados no espaço e no tempo históricos, patinamos nessa América Latina, entre ditaduras, torturas e extinção da população considerada inservível. Chegamos tarde para a festa da democracia burguesa que já está acabando enquanto ainda lutamos por direitos sociais primários e ocupando terras em nome de uma reforma agrária que nunca ocorreu, enquanto nossos militantes sociais são covardemente assassinados. Mas, mudaremos  esse quadro. Mais do que mudar governos, mudaremos a classe que está no poder.


Vamos construir a Greve Geral em 14 de junho de 2019

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