Opinião
Recebi mensagem reproduzindo notícia de um jornal local com a
manchete:
Nova Operação estoura Cracolândia em frente ao Palácio do
Catete
A notícia se referia a um
ajuntamento, ainda pequeno, embora permanente e crescente de indigentes que
ocupam o corredor entre o muro do Museu da República e as construções do elevador e de ventilação do
Metro Catete, aqui, na cidade do Rio de Janeiro, e onde consomem o crack que é
um derivado da cocaína. Segundo a notícia, houve operação anterior, 9 meses
antes, e sobre a ação na quarta feira última, 09 de janeiro de 2024, o jornal
disse:
“ Os 11 cracudos abordados
possuíam antecedentes criminais, como roubo, furto, Lei Maria da Penha, entre
outros. Um deles, possuía oito passagens pela polícia... “
Em conversa com pessoa amiga comentamos sobre como responder a
esse tipo de desafio social partindo da
premissa que agir contra o aumento de moradores de rua viciados em crack e que
formam as apelidadas cracolândias, com todas as suas características e
consequências, não pode ser simplesmente tirá-los da nossa frente ou matá-los.
De minha parte, assumo que não tenho resposta nem proposta
para esse enfrentamento. Nem mesmo se eu
tivesse poderes econômico e político absolutos eu não saberia como tratar tal
problema, esse tipo de vício e viciados.
Conheço algumas iniciativas beneméritas, mas que são de caracteres
praticamente individuais, de pessoas que dedicam suas vidas aos cuidados desses
necessitados. Mas, eu não estou entre essas pessoas e a sociedade não é povoada
de padres lancellottis. Também não acho que esse seja o tipo de política pública
que possa responder a esse problema social.
Faço o exercício de tentar, mas não consigo imaginar uma
sociedade de seres que se autodiagnostiquem como sadios e que se organizem em um ambiente de aceitação
e convivência em espaços comuns com outros também humanos, mas que por
circunstâncias infelizes e diversas foram transformados em mortos-vivos. Uso a
voz passiva porque acredito que ninguém terá mergulhado nessa situação por vontade
consciente .
Imagino iniciativas de repressão ao tráfico e comercio de
drogas que contribuam para mitigar as taxas de aparecimento de novos viciados, assim
como imagino ações de natureza sanitária que possam auxiliar os indigentes, mas
o vício sempre existirá e sou completamente ignorante sobre o assunto. Nem mesmo
sei de iniciativas aqui ou acolá que possam ser tomadas como exemplos a seguir
ou tentar. Apego-me à expectativa de que elas existam e a minha contribuição
possível será conhece-las e, conforme o caso, adotá-las como bandeira assumindo
a luta por elas.
####
Nenhum comentário:
Postar um comentário