quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Sem resposta, nem proposta

 

Opinião

 

Recebi mensagem reproduzindo notícia de um jornal local com a manchete:

Nova Operação estoura Cracolândia em frente ao Palácio do Catete

A notícia se referia a um  ajuntamento, ainda pequeno, embora permanente e crescente de indigentes que ocupam o corredor entre o muro do Museu da República e  as construções do elevador e de ventilação do Metro Catete, aqui, na cidade do Rio de Janeiro, e onde consomem o crack que é um derivado da cocaína. Segundo a notícia, houve operação anterior, 9 meses antes, e sobre a ação na quarta feira última, 09 de janeiro de 2024, o jornal disse:

Os 11 cracudos abordados possuíam antecedentes criminais, como roubo, furto, Lei Maria da Penha, entre outros. Um deles, possuía oito passagens pela polícia... “

Em conversa com pessoa amiga comentamos sobre como responder a esse tipo de  desafio social partindo da premissa que agir contra o aumento de moradores de rua viciados em crack e que formam as apelidadas cracolândias, com todas as suas características e consequências, não pode ser simplesmente tirá-los da nossa frente ou matá-los.

De minha parte, assumo que não tenho resposta nem proposta para esse enfrentamento. Nem  mesmo se eu tivesse poderes econômico e político absolutos eu não saberia como tratar tal problema, esse tipo de vício e viciados.

Conheço algumas iniciativas beneméritas, mas que são de caracteres praticamente individuais, de pessoas que dedicam suas vidas aos cuidados desses necessitados. Mas, eu não estou entre essas pessoas e a sociedade não é povoada de padres lancellottis. Também não acho que esse seja o tipo de política pública que possa responder a esse problema social.

Faço o exercício de tentar, mas não consigo imaginar uma sociedade de seres que se autodiagnostiquem como sadios  e que se organizem em um ambiente de aceitação e convivência em espaços comuns com outros também humanos, mas que por circunstâncias infelizes e diversas foram transformados em mortos-vivos. Uso a voz passiva porque acredito que ninguém terá mergulhado nessa situação por vontade consciente .

Imagino iniciativas de repressão ao tráfico e comercio de drogas que contribuam para mitigar as taxas de aparecimento de novos viciados, assim como imagino ações de natureza sanitária que possam auxiliar os indigentes, mas o vício sempre existirá e sou completamente ignorante sobre o assunto. Nem mesmo sei de iniciativas aqui ou acolá que possam ser tomadas como exemplos a seguir ou tentar. Apego-me à expectativa de que elas existam e a minha contribuição possível será conhece-las e, conforme o caso, adotá-las como bandeira assumindo a luta por elas.

 

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