Opinião
Demorou um
pouco, mas o “entendimento” chegou à parte mais sensível do corpo: o bolso!
O guru estadunidense
abriu o verbo e ameaçou a derrubada “... dessa merda de governo”. Comprometido com suas responsabilidades, não
deixou de dar orientações políticas: “... enfia essa condecoração no seu cú”.
O que o
guru queria mesmo era um dindim. Logo providenciaram para ele um calaboca de
alguns milhões. Resultado de uma vaquinha. Alguns com mais informações sugerem que
a suposta vaquinha teria pastado em recursos públicos.
Outros
parceiros também começam a enxugar as lágrimas: os chacais do Centrão. Abocanharam
cargos públicos, porém mais do que os salários que ganharão o que lhes interessa mesmo são
as verbas que poderão administrar. Muita grana!
Esperava-se
que o MCTI - Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações fosse desocupado para
ser negociado. Em vez disso, recriou-se o falecido Minicom enxertado com novas
funções e com o seu orçamento mais atrativo. O cargo de ministro foi para o genro
do Silvio Santos que é do Centrão. O MCTI desmembrado permanece útil para
futuras barganhas.
Governadores
que insinuaram rebeldia estão acossados pela PF. O sniper do Rio de Janeiro pediu
arrego na primeira prensa que levou. O herdeiro do clã Barbalho, no Pará, está mordido
nos calcanhares pelos farejadores da PF. O midiático governador de São Paulo botou
as barbas de molho porque já foi avisado que a sua batata assando. O ruralista de
Goiás até anunciou um rompimento, mas se fechou em copas. Afinal, membro da UDR
que se preze não rompe com governo reacionário.
Na Câmara, Maia
Junior afinou o discurso, finge que estica a corda, com bastante cuidado para
não romper. O chefe do Senado fez firula. Rejeitou a MP que daria poderes ao
sinistro da Educação para nomear reitores biônicos. Quem não te conhece que te compre! Esse cara foi
levado ao cargo numa briga de foice denunciada até pelos seus pares. Sua
eleição foi considerada a primeira vitória política do Bozo pós-eleição. Nada
sairá dali porque de onde não se espera nada é que
não sai nada mesmo.
O pessoal da
capa preta, vagabundos conforme o sinistro da Educação, sentiram-se violados em
seus pudores. Quem diria! Revidaram
autorizando a publicação daquela pornoreuniãoministerial.
Aqui e acolá fazem despachos onde insinuam outras retaliações, mas sabem
que uma reação à altura desvelaria suas próprias cumplicidades. Foram
coniventes na trama que destituiu a Dilma e desaguou na eleição desse governo
fascista. O Bozo está dando um tempo. Colocará seu pessoal lá dentro e um deles
será “terrivelmente evangélico”. Cá pra nós, nem será novidade se aparecer no
STF mais um general fardado, de pijamas, toga ou cuecas, quem sabe.
Por falar
em general, tem a turma que apareceu com a recomendação: ”Quem me mandou aqui foi o Gandola!”. Essa turma é geneticamente
golpista. Sempre buscou compensar sua natureza desenvolvendo seu lado de
competência técnica inegável em diversas áreas, mas a natureza parece ser mais
forte. O governo está prenhe de incapazes com distintivos e insígnias que estão conseguindo degradar até o histórico
de competência. Salários altos trocados por fidelidade.
Porém, muito,
muito, muito mais importante do que as tratativas com o Centrão, o Maia júnior,
governadores, Senado, com algum mamulengo no STF ou os indicados pelo Gandola serão
aquelas com o PIG – Partido da Imprensa Golpista. A indignada tríade marrom:
estadão-folhão-globão.
Não nos
enganemos. Se forem bem irrigados com as verbas de propaganda que desejam, esse
fingimento midiático sobre: “pretos, marielle, paraisópolis, pobres,
sobradinhovale, índiomortoqueimadas” e outros acabará. Essas pautas cederão espaço para: “agroépop, empreendedorismo, computadornaescola” e mais o que for
necessário para maquiar a cara desse governo genocida.
Embarcar na
possibilidade de alianças ou arranjos de qualquer natureza com esses atores é
uma furada. Será ignorar o papel deles e o nosso.
Não é possível
qualquer aliança com essa turma sob a perspectiva de uma transformação da ordem
social em nosso país que seja favorável à maioria da população, aos seus
trabalhadores ou à correção de históricas e monstruosas distorções na distribuição
da riqueza que produzimos.
Muito menos
à criação de um espaço onde seja possível efetivamente avançar as temáticas de
discriminações sociais, de preservação ambiental e de outras ordens que,
felizmente e finalmente, a própria organização popular está colocando em pauta, rompendo bolhas institucionais.
Nossos
objetivos são conflitantes, e mesmo os que parecem comuns, só parecem.
Isso não
exclui a agregação e aglutinação nas lutas de participantes diversos. Mas, se
existirem ações comuns que elas se consolidem nas ruas, na prática e nas lutas para botar
pra fora esse governo fascista e capataz do capitalismo.
Nesse momento, as fronteiras
de nossas diferenças estão demarcadas pelas palavras de ordem: Fora Bolsonaro e Mourão!. E não haverá grana que apague essas
diferenças, nem santo casamenteiro que abençoe essas alianças.
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oi de quando é esse blog?
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