Opinião
Cheguei tarde no ato em Copacabana, ontem, domingo - 21/09/2025.
Tive outro compromisso. Mas, fiz questão de comparecer para que a ferramenta da
USP que contabiliza multidões incluísse a minha careca. Ainda assim, no período
em que estive lá, teve Caetano, Ivan Lins, Zeca Baleiro, Frejat, outros . . . e
Chico. Quem poderia pedir mais?
Festa boa e fim de festa especial, nada de bagaço da laranja.
A cara de uma geração, a minha, certamente , talvez a nossa. As pessoas
passavam cantando emocionadas. Bonito de ver.
O que mais ouvi e li
foram comentários falando da emoção. Até mais do que críticas políticas.
Pudera! Um “revival” com a galera que participou desse evento é coisa de
"machucar" o coração da nossa geração. Aprendemos assim.
As repercussões políticas saberemos depois. A direita
fascista, incluindo alguns deputados petistas – esse fato não deveria ser
esquecido - não teve constrangimentos em avançar seu projeto na Câmara dos
Deputados. Assim, não creio que as manifestações tenham sido suficientes para
inibi-los. O Senado, por sua vez, ainda está com o pé atrás. Nosso papel é esse:
pressionar.
Ouvi a indicação de um jornalista sugerindo que não deveríamos
generalizar o termo "congresso". Afinal, 133 deputados votaram contra
a PEC da bandidagem. Acho que faz sentido, pensarei nisso, mas é irresistível
não traduzir a sigla PCC como Primeiro
Comando do Congresso.
O desdobramento da minha participação será ouvir, ver e ler
os noticiários e como esses fatos reverberam. Outro dia registrei um comentário
sobre a alternativa de fazermos atos musicais em vez dos enfadonhos discursos polítricos
que não agregam nada e ninguém.
Uma amiga observou: "se essa história de comícios
musicais colar, já pensou que desgraceira vai ser os comícios com Chitãozinho,
Xororó, Gustavo Lima e por aí?"
Também tinha pensado nisso. Apavorei-me! #####
Um complemento
Não cago regras sobre qualidade artística, gosto é gosto, e
tem gosto pra tudo. A minha avó dizia: “_mais vale um gosto que dez vinténs_”.
Apavora-me é a consciência da capacidade de mobilização dos artistas sertanejos
que citei, além de outros – que sequer conheço – e que são apoiadores,
estimuladores ou apenas participantes de eventos patrocinados pela direita
fascista, como já acontece em diversas cidades do país.
Os meus ídolos musicais (que ainda são os mesmos), talvez
nossos, nunca foram artistas de mobilizar multidões, em que pese o brilhantismo
de suas capacidades artísticas. E nesse aspecto, a direita leva uma enorme
vantagem.
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