Leituras para distrair
O
boteco próximo onde gosto de bebericar umas cachaças acolhe torcedores de futebol e tem vários telões que são
atrativos de clientes. Eu não tenho qualquer relação com esportes, mas gosto de
observar a galera quando isso é possível. Apenas curiosidade.
Constato
que houve uma mudança especial no comportamento dos expectadores. Antes a galera se agrupava quase exclusivamente
como torcida que, em coro, gritava,
xingava, comemorava ou lamentava os lances da partida. O interesse era pelo
desempenho do seu clube ou por resultados de outros jogos que pudessem
afetá-lo. Mas, isso mudou, e muito.
A
tecnologia arrombou as porteiras das proibições existentes com a possibilidade
das apostas virtuais – as BETs (do inglês “to bet” – apostar) - onde os
banqueiros são corporações com centro de comando fora do país. Assim, se antes
a galera ficava bestificada (meu juízo) diante das telas, agora ela fica
BETficada.
As
BETs tomaram conta das torcidas. Menos interessada no jogo em si, a assistência
fica trocando informações (daí eu saber) sobre suas apostas. Quem apostou em “que”,
“quem”, “quando”, “onde” ?
Nos
botecos, além dos clientes, os garçons e garçonetes, a moçada dos balcões e até
da cozinha, todos fazem paradinhas possíveis em frente a tela mais próxima na
expectativa de faturar a aposta que fez. É de impressionar a quantidade de
participantes. Afinal, no Brasil as apostas mobilizam um mercado que em 2023 foi
estimado em mais de R$ 120 bilhões. Bilhões, com “Bi”.
Até
onde observei, sou um dos poucos não apostadores. Nenhum mérito por isso. Apenas
não tenho o hábito de apostar. Felizmente! Acho que sou um viciado potencial,
então não participo de jogos, e nestes tempos de BETs já considero uma sorte
enorme. ### (Jorge Santos – Rio – 01/08/2024
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