quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Futuro duvidoso, vejo grana, vejo dor.

 Leituras para distrair

O boteco próximo onde gosto de bebericar umas cachaças acolhe torcedores  de futebol e tem vários telões que são atrativos de clientes. Eu não tenho qualquer relação com esportes, mas gosto de observar a galera quando isso é possível. Apenas curiosidade.

Constato que houve uma mudança especial no comportamento dos expectadores.  Antes a galera se agrupava quase exclusivamente como torcida  que, em coro, gritava, xingava, comemorava ou lamentava os lances da partida. O interesse era pelo desempenho do seu clube ou por resultados de outros jogos que pudessem afetá-lo. Mas, isso mudou, e muito.

A tecnologia arrombou as porteiras das proibições existentes com a possibilidade das apostas virtuais – as BETs (do inglês “to bet” – apostar) - onde os banqueiros são corporações com centro de comando fora do país. Assim, se antes a galera ficava bestificada (meu juízo) diante das telas, agora ela fica BETficada.

As BETs tomaram conta das torcidas. Menos interessada no jogo em si, a assistência fica trocando informações (daí eu saber) sobre suas apostas. Quem apostou em “que”, “quem”, “quando”, “onde” ?

Nos botecos, além dos clientes, os garçons e garçonetes, a moçada dos balcões e até da cozinha, todos fazem paradinhas possíveis em frente a tela mais próxima na expectativa de faturar a aposta que fez. É de impressionar a quantidade de participantes. Afinal, no Brasil as apostas mobilizam um mercado que em 2023 foi estimado em mais de R$ 120 bilhões. Bilhões, com “Bi”.

Até onde observei, sou um dos poucos não apostadores. Nenhum mérito por isso. Apenas não tenho o hábito de apostar. Felizmente! Acho que sou um viciado potencial, então não participo de jogos, e nestes tempos de BETs já considero uma sorte enorme. ###  (Jorge Santos – Rio – 01/08/2024

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