Opinião
Sou
completamente descrente em relação aos movimentos que buscam um certo
“desenvolvimento sustentável”. Não nego que sejam iniciativas bem intencionadas,
nem as rejeito, mas elas se incluem nas expectativas de transformações através
da “educação”, palavra mágica apontada recorrentemente como panaceia
para todas as nossas dificuldades.
Alterar o quadro
absurdo onde a espécie humana parece caminhar desenfreadamente em direção a auto
extinção implica numa troca de valores sociais por outros que conflitam
diretamente com os da sociedade capitalista, e nenhum sistema educacional
capitalista realizará essa tarefa porque não há como mudar o processo
educacional sem uma correspondente mudança nas relações sociais.
Conforme
exemplifica o filósofo húngaro István Mészáros, a propósito das funções e
limitações do sistema educacional, seria um absurdo imaginar no ambiente da
antiga ordem feudal um sistema educacional que considerasse a hipótese de
submissão da classe dominante de então pela dominação dos servos como classe.
“... Podem-se ajustar as formas pelas quais uma
multiplicidade de interesses particulares conflitantes se deve conformar com a
regra geral preestabelecida da reprodução da sociedade, mas de forma nenhuma se
pode alterar a própria regra geral.” [MÉSZÁROS, István, A educação para
além do capital. – Editora Boitempo, 2008 ]
Da mesma
forma, é um absurdo esperar que o sistema educacional vigente considere a
hipótese do fim da exploração do homem pelo homem que é o sustentáculo da
sociedade capitalista e condição absolutamente
necessária de ser superada para que as relações sociais se estabeleçam em um patamar
superior, isto é, o fim da exploração do planeta como propriedade privada.
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