segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Intercorrências na Disney

Opinião

Redigido em 07/11/2020

Na conjuntura política específica, a  derrota do Donald nos EUA foi importante porque coloca na sequência de tiros o Pateta, aqui, no Brasil. Porém, daí a festejar o resultado como vitória da democracia e apontar as tentativas de golpe nas eleições americanas como uma novidade que ameaça o conceito universal de democracia será um equívoco. Uma armadilha na qual a militância de esquerda brasileira não deveria cair.

 

Pode até ser que muitos desavisados só agora tenham compreendido que a democracia liberal como um todo, entre elas a norte-americana, é uma grande farsa. Uma fantasia que a disputa pelo poder rasgou feito roupa de bailarina em briga de puteiro ou carnaval de rua – tudo ficou à mostra.

 

Contudo, para a militância de esquerda latino-americana que pensa e reflete sobre as relações políticas não há novidade, embora possa existir alguma surpresa pelo fato dos litigantes terem deixado portas e janelas abertas permitindo que os tapas e xingamentos viessem a público. Descuido ou subestimação? Monarcas e senhores feudais não faziam questão de privacidade quando discutiam entre si planos de seus interesses. Os serviçais eram considerados seres inferiores – sem olhos nem ouvidos – estavam ali, à disposição, para servir aos seus desejos e necessidades.

 

A tentativa de golpe praticada por um dos lados nas eleições americanas – ainda está em andamento –  poderá até ser frustrada lá, nos EUA, mas, aqui, no Brasil e em diversos países da America Latina, elas deram certo. E foram  bancadas pelos dirigentes do império norte-americano, justamente por essa democracia fajuta e escrota de Democratas e Republicanos.

 

Biden e Trump são farinhas de mesmo saco. A imprensa (incluindo agências internacionais importantes), que é um dos instrumentos dessa farsa, se desdobrará em análises para tapar buracos e discorrer sobre a grandeza das instituições democráticas americanas, mas isso será conversa para boi dormir.

 

É possível que essa conversa até emprenhe o ouvido de muitos eleitores cariocas, essa sociedade de “espertos” e “malandros” que tem dado sucessivas provas de sua esperteza e malandragem através das figuras que têm levado ao poder nas prefeituras da capital e governos do estado.

 

Se o golpe de Trump não der certo nos EUA agora, aqui ele já funcionou antes – golpe de estado, contra o resultado das eleições – as mesmas acusações que fazem ao Donald e que tiveram como consequência a eleição fraudada do Pateta.

 

O espetáculo televisivo em torno das eleições americanas, não nos enganemos, é de briga de milícias. Disputa de banqueiros e chefes de quadrilhas por pontos de jogo, de prostituição, de distribuição de drogas e de domínio de tráfico. Não em um país nem  uma comunidade das grandes cidades latino-americanas. Mas, em âmbito internacional.

 

Se para muitos a tentativa de golpe nos EUA está sendo vista como novidade, aqui deveríamos saber a lição de cor e salteada (ou assaltada). E as  bajulações e manifestações de um grande número dos principais comentaristas das redes de TV tem sido nojentas. Só não são menores que  as lambidas da família Bozo no saco do Trump, nem a vassalagem inadmissível das forças armadas brasileiras que concordaram com a entrega de Alcântara e o uso das nossas fronteiras para as ações estadunidenses (Biden ou Trump)  contra a Venezuela e outros propósitos.  

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