Opinião
Não cobro
de ninguém autocrítica ou reavaliações a propósito das revelações sobre as
práticas do juiz de primeiro piso e o moço do powerpoint realizadas pelos
jornalistas do Intercept. Cada um que faça segundo as suas convicções e
valores. Os fatos são claros e não se trata de “minha opinião”. O embuste
judiciário é evidente.
A farsa a
jato está cagada. Cagou-se ela própria.
Qualquer observador lúcido concluirá que eventuais resultados positivos
relativos à corrupção foram efeitos colaterais de outros objetivos. Quem
insiste em valorizar esse aspecto faz o papel do menino crédulo e otimista que
presenteado com um punhado de estrume vagueia pela casa procurando, em vão, por
um cavalo que não existe.
A operação
propriamente dita está desmascarada e
revelada como uma trama criminosa. Um plano de quadrilha que, disfarçando-se de
propósitos moralistas, contribuiu para o golpe parlamentar destituindo uma
presidenta eleita, determinou a prisão política
do ex-presidente Lula sem provas que a justificasse e viabilizou a
eleição da trupe Bozo. Não bastasse isso, criou, ainda, um ambiente favorável para o despertar da
direita fascista brasileira. Essa doença crônica que se manifesta de tempos em
tempos atrasando os esforços de construção de uma sociedade livre e solidária.
Na
sequência dos efeitos da farsa está, também, o espantoso e servil posicionamento da trupe fardada agregada ao
capitão Bozo. Tal e qual uma milícia em âmbito nacional e em conluio com a
elite, ela dá suporte para reformas trabalhista e previdenciária que não passam
de mecanismos para o aumento da exploração dos trabalhadores brasileiros. Uma
trupe fardada que endossa o projeto de entrega das riquezas nacionais ao
capital privado sediado no império americano.
Uma servidão de tal ordem que surpreende
até mesmo aqueles que sempre
ressalvaram o caráter “nacionalista” dos golpistas torturadores de 64.
Naturalmente
essa indignação não basta para mudar a realidade. A mudança não se imporá pela
lógica dos argumentos, mas pela mobilização e arrebatamento dos debates e do
próprio governo para as ruas. Atrás da mobilização é que virão
os argumentos, as considerações e a consequente e necessária alteração do
quadro. Danem-se os apoiadores desse projeto fascista! Queremos uma sociedade
diferente para nós e para as nossas
gerações e lutaremos por ela. Copiando Rosa Luxemburgo: “Tenho uma malfadada ânsia de
felicidade e estou disposta a regatear o meu quinhão cotidiano com a teimosia
de uma mula”.
O enfrentamento contra a reforma da
previdência é necessário e continua.
É urgente organizarmos outra Greve Geral.
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