sexta-feira, 21 de junho de 2019

Trazer o governo para as ruas


Opinião


Não cobro de ninguém autocrítica ou reavaliações a propósito das revelações sobre as práticas do juiz de primeiro piso e o moço do powerpoint realizadas pelos jornalistas do Intercept. Cada um que faça segundo as suas convicções e valores. Os fatos são claros e não se trata de “minha opinião”. O embuste judiciário é evidente.


A farsa a jato está cagada.  Cagou-se ela própria. Qualquer observador lúcido concluirá que eventuais resultados positivos relativos à corrupção foram efeitos colaterais de outros objetivos. Quem insiste em valorizar esse aspecto faz o papel do menino crédulo e otimista que presenteado com um punhado de estrume vagueia pela casa procurando, em vão, por um cavalo que não existe.

A operação propriamente dita está desmascarada  e revelada como uma trama criminosa. Um plano de quadrilha que, disfarçando-se de propósitos moralistas, contribuiu para o golpe parlamentar destituindo uma presidenta eleita, determinou a prisão política  do ex-presidente Lula sem provas que a justificasse e viabilizou a eleição da trupe Bozo. Não bastasse isso, criou, ainda,  um ambiente favorável para o despertar da direita fascista brasileira. Essa doença crônica que se manifesta de tempos em tempos atrasando os esforços de construção de uma sociedade livre e solidária.

Na sequência dos efeitos da farsa está, também, o espantoso e servil  posicionamento da trupe fardada agregada ao capitão Bozo. Tal e qual uma milícia em âmbito nacional e em conluio com a elite, ela dá suporte para reformas trabalhista e previdenciária que não passam de mecanismos para o aumento da exploração dos trabalhadores brasileiros. Uma trupe fardada que endossa o projeto de entrega das riquezas nacionais ao capital privado sediado no império americano.  Uma servidão de tal ordem que surpreende  até mesmo aqueles  que sempre ressalvaram o caráter “nacionalista” dos golpistas torturadores de 64.

Naturalmente essa indignação não basta para mudar a realidade. A mudança não se imporá pela lógica dos argumentos, mas pela mobilização e arrebatamento dos debates e do próprio governo   para as ruas. Atrás da mobilização é que virão os argumentos, as considerações e a consequente e necessária alteração do quadro. Danem-se os apoiadores desse projeto fascista! Queremos uma sociedade diferente para nós  e para as nossas gerações e lutaremos por ela. Copiando Rosa Luxemburgo: “Tenho uma malfadada ânsia de felicidade e estou disposta a regatear o meu quinhão cotidiano com a teimosia de uma mula”.

O enfrentamento contra a reforma da previdência é necessário e continua.

É urgente organizarmos outra Greve Geral. 

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