Opinião
Tenho
participado de conversas sobre o fenômeno eleitoral do capitão candidato. Como
ele se justifica, quais aspectos caracterizam o fenômeno, etc. Concluí que essas
não são as questões mais importantes para mim, nesse momento.
Com justificativas
de anticorrupção, antipetismo, antiestatismo, anti-isso e antiaquilo, vejo que alguns
estão fazendo uma enxertia de seus projetos políticos, tipicamente de direita
tradicional, usando o capitão candidato como o “porta - enxertos” ou, como se
chama em jardinagem, o cavalo. Porém, o ponto relevante é que fazem essa opção sem
qualquer constrangimento diante do fato de estarem cultivando uma alternativa que
deveria ser intolerável. Endossam explicitamente o preconceito e discriminação
dos miseráveis, a misoginia, a homofobia,
o racismo, a tortura, a ditadura de 64, além de outras aberrações
escrotas e desprezíveis. Enfim, optam pelo fascismo.
Para
mim, essa escolha é um fato mais
importante do que as análises sobre o fenômeno sociológico do capitão candidato
porque eu não quero me relacionar com as pessoas que estão fazendo tal opção.
Caminhando
para os 70 anos, acumulei relações queridas com pessoas de pensamentos e
crenças diversas, e constato que algumas pessoas dessas relações estão
manifestando a intenção do voto fascista. Reflito se, a essa altura da vida, essas
divergências deveriam ter um peso tão
alto. Concluo que sim porque são valores que a meu juízo sustentam e justificam
a própria existência. Então, não pretendo conviver com pessoas que fizerem
a opção pelo voto fascista.
Não renegarei
as histórias dessas relações de amizade, familiares, de companheirismo ou
coleguismo. Não acho que tenham sido um engano ou decepção. Tampouco farei juízo
sobre o caráter de quem fizer essas opções, nem realizarei cerimônias de
celebração do fim do pacto. Ao contrário, guardarei a memória de convivências
boas e felizes, e vivenciarei os afastamentos que porventura ocorrerem como
grandes perdas. Mas, não tenho como ocultar o que sinto. Sinto nojo! Repulsa! Não
pretendo discutir nem entender as razões do voto fascista. Foda-se o fenômeno
Bolsonaro! Apenas não quero conversa com quem fizer tal opção.
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Palmas. São minhas essas suas palavras e, com sua licença, divulgarei-as. Abraços
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