terça-feira, 2 de outubro de 2018

Direita brasileira – uma opção pelo fascismo


Opinião

Tenho participado de conversas sobre o fenômeno eleitoral do capitão candidato. Como ele se justifica, quais aspectos caracterizam o fenômeno, etc. Concluí que essas não são as questões mais importantes para mim, nesse momento.


Com justificativas de anticorrupção, antipetismo, antiestatismo, anti-isso e antiaquilo, vejo que alguns estão fazendo uma enxertia de seus projetos políticos, tipicamente de direita tradicional, usando o capitão candidato como o “porta - enxertos” ou, como se chama em jardinagem, o cavalo. Porém, o ponto relevante é que fazem essa opção sem qualquer constrangimento diante do fato de estarem cultivando uma alternativa que deveria ser intolerável. Endossam explicitamente o preconceito e discriminação dos miseráveis, a misoginia, a homofobia,  o racismo, a tortura, a ditadura de 64, além de outras aberrações escrotas e desprezíveis. Enfim, optam pelo fascismo.

Para mim, essa escolha é  um fato mais importante do que as análises sobre o fenômeno sociológico do capitão candidato porque eu não quero me relacionar com as pessoas  que estão fazendo tal opção.

Caminhando para os 70 anos, acumulei relações queridas com pessoas de pensamentos e crenças diversas, e constato que algumas pessoas dessas relações estão manifestando a intenção do voto fascista. Reflito se, a essa altura da vida, essas  divergências deveriam ter um peso tão alto. Concluo que sim porque são valores que a meu juízo sustentam e justificam a própria existência. Então, não pretendo conviver com pessoas que fizerem a opção pelo voto fascista.

Não renegarei as histórias dessas relações de amizade, familiares, de companheirismo ou coleguismo. Não acho que tenham sido um engano ou decepção. Tampouco farei juízo sobre o caráter de quem fizer essas opções, nem realizarei cerimônias de celebração do fim do pacto. Ao contrário, guardarei a memória de convivências boas e felizes, e vivenciarei os afastamentos que porventura ocorrerem como grandes perdas. Mas, não tenho como ocultar o que sinto. Sinto nojo! Repulsa! Não pretendo discutir nem entender as razões do voto fascista. Foda-se o fenômeno Bolsonaro! Apenas não quero conversa com quem fizer tal opção.
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Um comentário :

  1. Palmas. São minhas essas suas palavras e, com sua licença, divulgarei-as. Abraços

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