Leituras para distrair
A roda de samba
No início da Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, na esquina com a Rua Dois de Dezembro, há uma construção simpática que, por sua arquitetura, é conhecida como o Castelinho do Flamengo e funciona como o Centro Cultural Municipal Oduvaldo Vianna Filho.
O Castelinho não tem uma “cara de samba”. Não
lembra uma quadra de escola ou bloco carnavalesco, nem o salão de um boteco ou
um trecho de rua interditado. Não lembra uma calçada cheia de gente, não se
parece com um quiosque de praia, nem qualquer desses estereótipos ambientais
populares e geralmente associados a essa expressão musical. Tampouco é uma sala
de teatro ou de shows. Enfim, quem passar por ali constatará a afirmação. O Castelinho
pode ter cara de tudo, menos de “samba”.
Mas, é interessante que a própria sabedoria
popular dá conta dessas contradições que, a rigor, não passam de generalizações
preconceituosas ou reduções simplistas. “Quem vê cara não vê coração” – diz o
aforismo que, nesse caso, acerta em cheio. Quem vê a cara do Castelinho não
imagina que o seu coração palpita em ritmo marcado por uma excelente roda de
samba que tem sido uma verdadeira celebração semanal a um dos aspectos mais
expressivos da identificação cultural do Rio de Janeiro.
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Foto copiada do Facebook do Samba do Castelinho |
A roda é executada pelo Anderson Balbueno, o Leo
Pereira, a Ana Costa, a Bianca Calcagni, o Marquinho
China, o Paulão Sete Cordas e o Jorge Andre (ver foto – da esquerda para a
direita). Percursionistas, cavaquinistas e violonistas,
esses excelentes músicos são referências em todos os ambientes cariocas onde o
samba é praticado com qualidade. São eles que, desde 27/11/2017, transformam as noites das
segundas-feiras em momentos especiais com a roda do Samba do Castelinho do
Flamengo.
A qualidade do samba é a que existe de melhor. Acústico, com os presentes cantando juntos, o único condicionante é não realizar conversas paralelas. Quem não sabe o samba ouve em silêncio para aprender e cantar na próxima vez. A latinha de ceva ou água mineral pode ser adquirida no local, sem tumultos. No mais, é navegar numa viagem de alegria e prazer pelas letras e melodias dos sambas conduzidos por esses artistas.
Se você desejar, poderá visualizar ou baixar arquivo em pdf com as pérolas que
foram executadas nas audições dos dias 26/02/2018 e 07/05/2018, na ordem em que foram cantadas. As audições foram registradas ao acaso. As letras e links foram copiados da web. As autorias e parcerias foram copiadas
do DicionárioCravo Albin da Música Popular Brasileira e do Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB)
, todos acessados em 03/06/2018.
Sambas executados em 26/02/2018 (pdf)
Sambas executados em 07/05/2018 (pdf)
Sambas executados em 26/02/2018 (pdf)
Sambas executados em 07/05/2018 (pdf)
A Carta de Cachaças da roda do Samba do Castelinho
Entre tantos símbolos e hábitos integrantes
da nossa cultura, a cachaça se destaca não apenas pelo seu consumo, mas também por
seu caráter essencialmente popular e sua imbricação com outros aspectos culturais,
especialmente o “Samba” com todo o significado cultural desse termo. Assim, num
processo natural, em todos os sentidos, a roda do Samba do Castelinho incluiu em
sua mesa a garrafa de pinga, e ao longo de 21 audições consecutivas foram
degustadas por alguns componentes e público presentes, uma sequência de 20 diferentes tipos de pingas que, sem
outras pretensões, foram registradas nessa Carta de Cachaças.
A rigor, as cachaças registradas não foram as
únicas porque respondendo ao estímulo dos componentes da Roda o público participou trazendo outras marvadas para compor a mesa e servir aos demais presentes. O
resultado tem sido uma prática alegre e descontraída, em sintonia com o clima de
camaradagem que marca o Samba do Castelinho.
Sem quaisquer compromissos comerciais, apenas
como memória de momentos super agradáveis vivenciados nas audições, a carta – que pode ser baixada em pdf
- forma uma interessante relação de vinte
pingas que podem ser revisitadas ou utilizadas como referências na busca de
tipos distintos dos constantes das cartas.
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