Opinião
Quando li o romance
Notre Dame, de Vitor Hugo (Clube do Livro), fiquei surpreso. Ignorante, até
então eu queria saber era da história do corcunda. Aí descobri que o romance
tratava da catedral. O lance do corcunda
Quasímodo e que levou a obra para o mundo foi extraído do romance por algum
brilhante novelista.
Conheci a catedral, mas
sem a atenção devida – passeio turista. Hoje (15/04/2019) a porra da igreja pegou fogo.
Senti tristeza. Apesar de tanta merda acontecendo por aqui, o incêndio real da
igreja funcionou como uma representação metafórica de tudo importante que está
queimando em volta da gente.
Famílias estão sendo
fuziladas porque se enquadram no perfil de pobres e pretos. Professores
truculentamente retirados de sala de aula e aprisionados porque são
identificados como agitadores comunistas. Direitos adquiridos com tanta luta
estão sendo extintos em nome de um modelo econômico que nada significa para a maioria
da população. Tá foda!
Mas, não tomemos como
novidade. O grande professor Florestan Fernandes apontava: não será fácil a
revolução proletária. Precisaremos dar cabo à revolução burguesa que, para
preservar suas conquistas e, ao mesmo tempo, bloquear a revolução proletária,
abriu mão de conquistar todo o seu espaço histórico. Só o fez nos países
centrais. Além do mais, a pressão que
enfrentaremos do aparato capitalista será incomparavelmente maior que aquela enfrentada
pela burguesia em sua revolução para superar o sistema feudal [1]
Enfim, com ou sem Notre
Dame, não tenho receitas. Apenas a certeza que não há caminho para uma
sociedade solidária sem a superação total do capitalismo. Isso será uma
revolução. Uma revolução socialista e comunista. ###
[1]
Fernandes, Florestan - O que é revolução - Ed. Expressão Popular - SPaulo - 2018
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