segunda-feira, 15 de abril de 2019

Nossa senhora


Opinião


Quando li o romance Notre Dame, de Vitor Hugo (Clube do Livro), fiquei surpreso. Ignorante, até então eu queria saber era da história do corcunda. Aí descobri que o romance tratava da  catedral. O lance do corcunda Quasímodo e que levou a obra para o mundo foi extraído do romance por algum brilhante novelista.

Conheci a catedral, mas sem a atenção devida – passeio turista. Hoje (15/04/2019)  a porra da igreja pegou fogo. Senti tristeza. Apesar de tanta merda acontecendo por aqui, o incêndio real da igreja funcionou como uma representação metafórica de tudo importante que está queimando em volta da gente.

Famílias estão sendo fuziladas porque se enquadram no perfil de pobres e pretos. Professores truculentamente retirados de sala de aula e aprisionados porque são identificados como agitadores comunistas. Direitos adquiridos com tanta luta estão sendo extintos em nome de um modelo econômico que nada significa para a maioria da população. Tá foda!

Mas, não tomemos como novidade. O grande professor Florestan Fernandes apontava: não será fácil a revolução proletária. Precisaremos dar cabo à revolução burguesa que, para preservar suas conquistas e, ao mesmo tempo, bloquear a revolução proletária, abriu mão de conquistar todo o seu espaço histórico. Só o fez nos países centrais.  Além do mais, a pressão que enfrentaremos do aparato capitalista será incomparavelmente maior que aquela enfrentada pela burguesia em sua revolução para superar o sistema feudal [1]

Enfim, com ou sem Notre Dame, não tenho receitas. Apenas a certeza que não há caminho para uma sociedade solidária sem a superação total do capitalismo. Isso será uma revolução. Uma revolução socialista e comunista. ###

[1]
Fernandes, Florestan - O que é revolução - Ed. Expressão Popular - SPaulo - 2018

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